O cantor britânico, que tinha editado a 8 de janeiro o seu último álbum, "Blackstar", morreu na madrugada desta segunda-feira, aos 69 anos, vítima de um cancro do qual poucos teriam conhecimento. Enquanto ainda digerimos a notícia e vamos conhecendo as novas canções, selecionámos dez temas de Bowie (entre clássicos e um recém-chegado) que podem funcionar como ponto de partida para a (re)descoberta da música que nos deixou. Além das listadas abaixo, com videoclips, pode ouvir dezenas de outras nesta playlist do MEO Music.
Space Oddity (1969) - A primeira faixa do primeiro álbum, homónimo. E ainda hoje, um dos clássicos do seu autor, e também dos que apresentaram ao mundo uma voz aguda e invulgar, aqui a cantar as aventuras de Major Tom, astronauta fictício, num tema inspirado por "2001: Odisseia no Espaço", de Stanley Kubrick:
Changes (1972) - "Turn and face the strange", ouve-se no coro de um dos singles de "Hunky Dory" (1971). E Bowie não faria outra coisa ao longo da carreira, com pico evidente na fase que percorreu toda a década de 1970 e lhe concedeu o epíteto de camaleão da pop:
Life on Mars (1973) - Continua o fascínio pelo espaço, com imaginário surrealista, aqui em modo mais glam, sinfónico e épico, ancorado no piano. Mas a aventura em Marte estava só a começar...
Heroes (1977) - Colaboração com Brian Eno surgida na fase mais experimental da obra de Bowie, a do período berlinense - e com título a aludir a "Hero", dos alemães Neu! -, este single do álbum homónimo de 1977 acabou por se tornar num dos hinos do cantor. E também dos seus temas mais inspiradores, com direito a inúmeras versões:
Ashes to Ashes (1980) - Depois de "Space Oddity", o regresso às experiências de Major Tom numa reflexão moral com ritmo quebrado, atmosfera alucinada q.b. e um dos videoclips mais icónicos dos anos 1980, no principal cartão de visita do álbum "Scary Monsters (And Super Creeps)" (1980):
Let's Dance (1983) - Aos ambientes densos dos tempos de Berlim seguiu-se o convite à dança. A colaboração com Nile Rodgers no disco homónimo resultou num dos alinhamentos mais imediatos e teve neste single um êxito representativo, um dos maiores da carreira de Bowie:
Jump They Say (1993) - A fase menos memorável da discografia começou a dar espaço a alguma vitalidade antes da reinvenção de "Outside" (1995). Noutra colaboração com Nile Rodgers, Bowie voltou a sair-se bem na faceta dançável, agora mais aventureira, num dos pontos altos de "Black Tie White Noise" (1993):
Thursday's Child (1999) - Experimentado o frenesim eletrónico de meados dos anos 1990, sobretudo em "Earthling" (1997), Bowie virou a página para ambientes mais meditativos e apaziguados em "Hours..." (1999). Aqui encarou de frente o envelhecimento e as opções de vida, tal como no melancólico videoclip que acompanhou o single:
Where Are We Now? (2013) - Quando muitos (todos?) o julgavam já afastado da música, ou apenas ligado a projetos pontuais, uma canção veio mudar o cenário. E depois dela, outra supresa: um álbum, "The Next Day" (2013), o mais aplaudido de Bowie em muitos anos:
Lazarus (2015) - O videoclip daquele que ficará como o último single de Bowie editado em vida chegou apenas no final da semana passada. Retirado de "Blackstar", álbum editado a 8 de janeiro, dia de aniversário do cantor, é estranhamente premonitório da morte que chegaria tão pouco tempo depois:
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