O primeiro disco de Emmy Curl, intitulado “Navia”, é motivo para um concerto na Casa da Música, no Porto, quinta-feira, 26 de novembro, que marcará o início de digressão da artista, que apresenta estéticas modernas com alguma influência luso-galaica.

Emmy Curl, nome artístico de Catarina Miranda, nascida em Vila Real, tem já nome firme num nicho muito grande de seguidores, razão pela qual optou por uma edição de autor, apesar do potencial mediático que já carrega, recorrendo ainda ao processo de “crowdfunding” (financiamento com recurso a participação financeira do público, no sentido de adquirir, por antecipação, o bem a produzir).

Em declarações à Agência Lusa, em modo de antecipação do concerto na Casa da Música, Emmy Curl a sua ligação ancestral ao Norte: “Quis começar pelo Porto, onde vivo agora, e surgiu essa oportunidade”.

“Tenho uma ligação muito grande à cultura Luso-galaica, ao nível de referências e estéticas, nomeadamente parte da sua mitologia, de onde nasce o nome do disco, Navia, a deusa dos rios”, afirmou a cantora e guitarrista, que assina ainda a produção do “longa duração” sob vários prismas, não só no que diz respeito a todas as composições, como das misturas ao grafismo.

Segundo Emmy Curl, “Navia” (inspiração de batismo do rio Neiva) é um trabalho “que engloba grande parte” do que fez nos primeiros quatro eps já disponíveis, realçando que o mesmo tem canções novas, em português e inglês, numa espécie de culminar de um processo “que fluiu como um rio, que não acalma como o mar, passando por montanhas, vales, tudo experiências diferentes”.

Zeca Afonso, Fausto, os galegos Galandum Galundaina são algumas das referências musicais de Emmy Curl, embora todo o “Navia” soe à música pop e contemporânea de estéticas mais próximas do que se faz na Escandinávia: “Ouço muita música nova da Suécia, Islândia, Noruega, como José Gonzalez, Little Dragon ou Bjork, não esquecendo a canadiana Feist, saindo um pouco dessa região”.

“Ouço tanta música e tão diferente, como rock, funk, coisas com muito groove. Mas depois faço tudo à minha maneira e tenho dificuldade em perceber ou apresentar uma referência única na minha música porque trabalho sob uma miscelânea de inspirações”, esclareceu.

Ainda sobre a edição de autor, revelou ter sido “uma preferência pessoal”, até porque, “hoje em dia, as editoras grandes têm pouco para oferecer em territórios pequenos como Portugal”, realçando como “mais importante ter um bom agente e com bons contactos”.