O anúncio foi feito pelo Ensemble - Sociedade de Actores, que põe em cena as questões levantadas pelo autor, de 4 a 9 de setembro, no auditório da Universidade Lusófona do Porto, com encenação e cenografia de Jorge Pinto

"Viva Ama Morto" conta a história de uma mulher que morre sozinha "ou quase sozinha".

Na folha de apresentação do espetáculo, a Ensemble explica que um enfermeiro assiste ao último suspiro daquela mulher e apaixona-se por ela, um amor a que a família da morta, entretanto aparecida, e as instituições, "que a querem despachar para o mundo dos mortos (hospital, funerária, igreja), e a sociedade não veem com bons olhos".

Segundo o texto, aquele é um "relacionamento fraturante" que retrata "duas cegueiras do nosso tempo: a doentia negação da morte e o excesso de politicamente correto".

Com "Viva Ama Morta", o Ensemble quer "falar [dessas questões] através de uma história e em modo musical e cómico", com personagens, intriga, ação, mas também muitas perguntas.

"A nossa crença na 'vitória do amor sobre a morte' poderá ser levada à letra, até às últimas consequências? A liberdade pessoal, valor máximo, inatacável, nas nossas sociedades, não terá limites? De tanto nos querermos proteger da tristeza, da doença e da perda, não estaremos a criar um mundo demasiado assético, indiferenciado e chato? E poderemos ser felizes de verdade, sem tocar na ferida da nossa mortalidade?", são questões a que a encenação coloca a partir da obra de Jacinto Lucas Pires.

A coreografia está a cargo de Sónia Cunha, com música de Sofia Fernandes e interpretação de Emília Silvestre, Daniel Silva, Sofia Fernandes, Diana Jorge, Deeogo Oliveira, Rafaela Silva, Francisco Lima e Patrícia Silva.