Distanciando-se das cerimónias de prémios tradicionais, os produtores da MTV afirmaram que escolheram simplesmente os artistas e deixaram por conta da sua espontaneidade tudo o que vai acontecer no palco do Madison Square Garden, em Nova Iorque.

A cerimónia, transmitida para mais de 120 países, abrirá os microfones ao rapper Kanye West, que na edição do ano passado anunciou a sua pouco provável candidatura à Presidência americana em 2020. Em 2009, o rapper já tinha sido protagonista de um dos mais falados momentos de sempre dos VMAs, quando subiu ao para acusar Taylor Swift de roubar o prémio a Beyoncé.

A porta está aberta tanto para as extravagâncias quanto para os gestos mais sérios, num ano marcado por vários conflitos no mundo, as tensões raciais e as eleições presidenciais nos Estados Unidos.

"No ano passado, tivemos uma abordagem um pouco mais lúdica. Este ano é como se déssemos carta branca aos artistas, não só para a sua arte, mas também para suas declarações sobre o que acham que está a acontecer no mundo", disse à AFP o produtor-executivo do espetáculo, Erik Flannigan.

"É preciso encontrar um equilíbrio entre a atualidade e ser chato porque também é uma enorme festa. Queremos fazer as duas coisas ao mesmo tempo", explicou.

Um ano depois de eleger a imprevisível Miley Cyrus como mestre de cerimónias, a MTV decidiu nesta edição repartir a responsabilidade entre várias personalidades, num espetáculo com início previsto para a uma da manhã de Portugal.

Os pesos-pesados da indústria vão subir ao palco: Britney Spears, Rihanna - que receberá o prémio Michael Jackson pelo conjunto da obra -, Ariana Grande ou as estrelas do rap Nicki Minaj, Common e Future.

Uma das atuações mais aguardadas é a de Britney Spears com a sua nova canção, "Make me...", ao lado do rapper E-Eazy. Em 2001, ela dançou com uma serpente píton e dois anos depois, surpreendeu o público ao trocar um longo beijo com Madonna.

Beyoncé, a favorita

A diva Beyoncé é favorita à vitória, com 11 nomeações para o seu aclamado álbum conceptual "Lemonade". É seguida de perto por Adele, com oito nomeações, das quais sete são para a canção "Hello", o primeiro videoclipe gravado no formato IMAX.

Outros nomeados a Melhor vídeo do ano incluem o controverso "Famous", no qual Kanye West sugere ter ido para a cama com Taylor Swift. Na gravação aparece uma mulher nua sósia da cantora enquanto ele canta a frase "dormi com essa cabra famosa".

Swift condenou o vídeo e a polémica chegou a tal ponto que a esposa de West, a estrela dos reality shows Kim Kardashian, publicou um vídeo caseiro em que o rapper pede permissão a Swift para usar o seu nome em "Famous". Mas a cantora garante que nunca deu a sua permissão.

O cara a cara não acontecerá no domingo. O casal West-Kardashian estará presente, mas não Swift, principal vencedora dos MTV Video Music Awards no ano passado e dos Grammys, em fevereiro deste ano.

"Formation", de Beyoncé, também concorre ao prémio de melhor vídeo do ano. A cantora mostra o lado mais militante da sua carreira, com uma gravação em Nova Orleães, em que se solidariza com o movimento Black Lives Matter, que denuncia a violência policial contra os negros nos Estados Unidos.

Os clips não costumam ser politizados, lamenta Lukas Forchhammer. Nos prémios MTV, "há muito pouco de provocação cultural ou política, o que é uma pena", disse o cantor do grupo dinamarquês Lukas Graham, que concorre na categoria Revelação do ano.

Para o intérprete, a MTV, que revolucionou a indústria musical com os seus videoclipes nos anos 1980, é uma boa plataforma para os novos artistas porque os vídeos ajudam a cativar um público que está além dos serviços de streaming.

"Onde uma vez a MTV teve um monopólio, agora o vídeo é uma espécie de conteúdo suplementar para os fãs", avaliou.