Milhares de artistas, incluindo o cantor dos ABBA Bjorn Ulvaeus, a atriz Julianne Moore e o Nobel de Literatura Kazuo Ishiguro, assinaram, na terça-feira, uma declaração a alertar sobre o uso não autorizado das suas criações para alimentar a Inteligência Artificial (IA).

Cerca de 11.500 estrelas da música, literatura, cinema e teatro expressaram os seus receios de que empresas de tecnologia estejam a utilizar esses conteúdos para treinar os seus modelos de IA sem a permissão dos criadores originais.

"O uso não autorizado de obras criativas para treinar IA generativa é uma ameaça enorme e injusta ao sustento das pessoas por trás dessas obras, e não deveria ser permitido", diz a declaração.

Entre os signatários estão nomes célebres como Thom Yorke, da banda Radiohead, o autor James Patterson e o ator Kevin Bacon.

Os estúdios de Hollywood têm experimentado o uso de IA nos últimos anos para diversos fins, como “ressuscitar” estrelas falecidas no ecrã e replicar multidões com efeitos digitais para reduzir o número de atores necessários.

A declaração foi organizada pelo compositor britânico e ex-executivo de IA Ed Newton-Rex, informou o jornal britânico The Guardian.

Newton-Rex afirmou que empresas de IA generativa, incluindo a sua ex-empregadora Stability AI, usam conteúdo protegido por direitos de autor para treinar os seus modelos sem remunerar os criadores.

No mês passado, na Califórnia, estrelas de Hollywood como Pedro Pascal, Jane Fonda e Mark Hamill apoiaram um projeto de lei sobre segurança na IA, que foi vetado pelo governador Gavin Newsom.

Outros artistas já são mais favoráveis a essa tecnologia. Mark Zuckerberg, proprietário da Meta, anunciou na semana passada que o ator Casey Affleck e o estúdio de terror Blumhouse fizeram uma parceria para produzir curtas-metragens através de um software de geração de filmes com IA.