“Topomorphias” é a designação da exposição que vai permitir conhecer a obra pictórica de Jorge Martins, a partir da sua produção mais recente e de uma seleção do próprio artista, a partir de dia 22, em Évora.

A mostra, que poderá ser visitada até 26 de março, vai estar patente no Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida (FEA), em plena acrópole de Évora, tendo como curador o professor universitário Sérgio Mah.

Em comunicado, a FEA explicou que a iniciativa “convida ao encontro com a obra pictórica de Jorge Martins”, não só a partir da sua produção mais recente em pintura, como também englobando uma seleção do próprio artista.

Contactada hoje pela agência Lusa, fonte da fundação disse que a mostra vai apresentar “algumas dezenas” de obras, não estando ainda esse número definido porque depende da seleção final do artista aquando da montagem.

Jorge Martins mantém a sua atividade artística desde 1961 e, até hoje, tem tido “uma intensa carreira internacional fortemente premiada, atestando o reconhecimento crítico que faz dele uma referência incontornável”.

“As suas exposições, nomeadamente de desenho, campo em que nos últimos anos tem trabalhado de forma intensiva [são] frequentes”, realçou a FEA, acrescentando que “pintura e desenho dialogam em múltiplos planos, mas seguem caminhos perfeitamente autónomos e distintos”.

A pintura do artista “explora frequentemente as grandes dimensões, numa intensa aproximação à cor e a uma plasticidade exuberante”.

O trabalho que desenvolveu durante a pandemia “permanece inédito e parte [dele] será agora apresentado em Évora, no Centro de Arte e Cultura”, nesta exposição, revelou a fundação.

No catálogo que acompanha a exposição, o curador explicou que as obras reunidas na mostra “foram escolhidas pelo artista seguindo um desejo prévio: o de conceber uma exposição a partir da sua produção mais recente em pintura”.

“Algumas obras remontam ao início dos anos de 2010, mas a grande maioria foi produzida após 2018, incluindo inúmeras obras realizadas durante o período do surto pandémico”, disse.

Segundo Sérgio Mah, isso é, pois, revelador de que, “num tempo de angústia, isolamento social e desencanto anímico, o artista não tenha esmorecido a sua verve criativa”.

“Pelo contrário, o volume e a qualidade das obras patenteiam um fulgor inventivo que, contornando os constrangimentos do mundo exterior, compõem um imaginário pleno de luminosidade e vitalidade estética”, argumentou.