As dúvidas sobre se este verão os festivais de música iam ou não acontecer foram respondidas esta quinta-feira, dia 7 de maio. A decisão foi tornada pública depois do Conselho de Ministros desta quinta-feira, dia 7 de maio.

"Impõe-se a proibição de realização de festivais de música, até 30 de setembro de 2020, e a adoção de um regime de caráter excecional dirigido aos festivais de música que não se possam realizar no lugar, dia ou hora agendados, em virtude da pandemia", revelou o Governo esta quinta-feira, em comunicado após Conselho de Ministros.

"Para o caso de espetáculos cuja data de realização tenha lugar entre o período de 28 de fevereiro de 2020 e 30 de setembro de 2020, e que não sejam realizados por facto imputável ao surto da pandemia da doença COVID-19, prevê-se a emissão de um vale de igual valor ao preço do bilhete de ingresso pago, garantindo-se os direitos dos consumidores", explica o comunicado.

NOS Alive (8, 9, 10 e 11 de julho), Super Bock Super Rock (16, 17 e 18 julho), MEO Marés Vivas -(17, 18 e 19 julho), MEO Sudoeste (de 4 a 8 agosto), Vodafone Paredes de Coura (de 19 a 22 agosto) e EDP Vilar de Mouros (27, 28 e 29 agosto) não se irão realizar nas datas previstas.

O NOS Primavera Sound do Porto, previsto para os dias entre 11 e 13 de junho, e que foi adiado para 3, 4 e 5 de setembro, também não se poderá realizar nas novas datas.

Galp Beach Party  (26 e 27 junho), VOA - Heavy Rock Festival (2 e 3 julho), Sumol Summer Fest (3 e 4 julho), EDP Cool Jazz (durante o mês de julho), Rolling Loud (8, 9 e 10 julho),  RFM Somnii (10, 11 e 12 julho), Vagos Metal Fest (30, 31 julho e 1 agosto), Monte Verde (6, 7 e 8 agosto), NeoPop (12, 13, 14 e 15 agosto) e o Bons Sons (13, 14, 15 e 16 de agosto) são alguns dos festivais que também terão de adiar as suas edições.

Por causa da pandemia da COVID-19, e das medidas de segurança para a conter, milhares de espetáculos têm sido adiados a nível global.

No passado dia 30 de abril, António Costa apresentou as novas medidas para o regresso à atividade económica. O primeiro-ministro frisou que se mantém a proibição de "eventos ou ajuntamentos com mais de 10 pessoas". Já a lotação dos espaços fechados fica limitada a a cinco pessoas por cada 100 metros quadrados.

Antes da conferência de imprensa de António Costa, Pedro Siza Vieira já tinha anunciado as medidas relacionadas com o setor da cultura. Segundo o plano de desconfinamento, as salas de espetáculo e as salas de cinema abrem em junho, mas com limitações à sua lotação. "Com lugares marcados, lotação reduzida e distanciamento físico adequado", frisou o primeiro-ministro.

A 18 de maio abrem galerias de arte, museus e monumentos. Já na segunda-feira, dia 4 de maio, abrem bibliotecas e arquivos.

Álvaro Covões (da empresa "Everything is New"), Roberta Medina ("Better World" - Rock in Rio), Luís Montez ("Música no Coração"), João Carvalho e Filipe Lopes ("Ritmos"), e Jorge Lopes (MEO Marés, Pavilhão Rosa Mota) estiveram no dia 28 de abril reunidos com António Costa e com os ministros de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, da Saúde, Marta Temido, e da Cultura, Graça Fonseca.

NOS Primavera Sound: quem tem o estilo mais primaveril?
créditos: JOÃO ROCHA

"Hoje o Governo esteve reunido com os representantes dos principais e dos maiores festivais de música de Portugal. Foi um reunião com o senhor primeiro-ministro, com o ministro da Economia e com a ministra da Saúde. Ouvimos as preocupações de todos os promotores e quais são os grandes desafios que se colocam principalmente neste verão", sublinhou Graça Fonseca. "O Governo irá decidir sobre aquilo que ouvimos hoje e qual o melhor caminho para o futuro", acrescentou, em declarações RTP1.

No final da reunião, Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio, sublinhou que "foi um diálogo muito produtivo", agradecendo ao Governo por reconhecer o valor da indústria, da cultura e do entretenimento. "Nos próximos dias, temos de aguardar que as decisões sejam tomadas", acrescentou.

Já Álvaro Covões, promotor do festival NOS Alive e vice-presidente da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE), frisou que todo o setor veio tem uma "vontade de começar a trabalhar, como todos os portugueses, o mais rápido possível". "Sabemos que esta abertura tem de ser progressiva e em segurança e, portanto, viemos transmitir as nossas angústias e a nossa vontade de trabalhar. Confiamos que agora o governo tome as melhores decisões no sentido de iniciarmos a retoma. Estamos todos com vontade de ver um palco, ver um espetáculo, ver um artista e de aplaudir. E um aplauso para os portugueses que se têm portado muito bem nesta época de confinamento", acrescentou.

Questionado pela Lusa sobre a avaliação de prejuízos pela paragem forçada de atividade desde março, Álvaro Covões referiu apenas que são já cerca de 27 mil os espetáculos adiados ou cancelados.

Já o primeiro-ministro afirmou, primeiro no Twitter e depois numa entrevista na RTP, que o Governo iria procurar “soluções que minimizem os impactos da crise provocada pelo covid-19 no setor”, e que havia uma "enorme probabilidade" de os festivais não acontecerem este ano.

Do calendário português de festivais de verão há vários eventos que também já foram cancelados ou adiados. A nona edição do Rock in Rio Lisboa foi adiada para 2021. Já o NOS Primavera Sound do Porto, previsto para os dias entre 11 e 13 de junho, e que foi adiado para 3, 4 e 5 de setembro.

A edição deste ano do Festival Músicas do Mundo (FMM), previsto entre 18 e 25 de julho, em Sines, distrito de Setúbal, foi cancelada.

A edição deste ano do Boom Festival, que, tal como o Rock in Rio Lisboa, decorre de dois em dois anos, mas em Idanha-a-Nova, foi remarcada para 2021. A 13.ª edição do Boom Festival acontecerá de 22 a 29 de julho.

O Barroselas Metalfest, que iria acontecer entre 29 de abril e 2 de maio, passou para a mesma data, mas em 2021, o ID No Limits, que deveria decorrer hoje e no sábado em Cascais foi adiado para os dias 13 e 14 de novembro, no mesmo local, o Centro de Congressos do Estoril, em Cascais, e o Gouveia Art Rock, que deveria decorrer entre 1 e 3 de maio, foi adiado para 3 a 5 de outubro.

O Festival Tremor, que ia acontecer entre 31 de março e 5 de abril, em São Miguel, nos Açores, e já tinha a lotação esgotada, foi cancelado e o Soam as Guitarras, que teria início a 2 de abril foi adiado, para data que será anunciada depois de levantado o estado de emergência.

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