Segundo Narcisa Costa, da organização, este festival “é um pouco diferente de outros festivais de música, porque este associa à vertente cultural e musical uma vertente social e inclusiva”, promovendo o conceito de que a “música é para todos”.

“O tema do festival é o sal e tudo o que o sal trouxe no desenvolvimento cultural e socioeconómico à cidade durante vários séculos”, referiu hoje à Lusa.

Neste sentido, durante quatro dias, o festival vai juntar profissionais convidados e grupos de jovens da região de Setúbal para a criação e partilha de músicas relacionadas com o tema.

A cidade de Setúbal vai receber concertos da Sinfonieta de Lisboa (com o maestro Vasco Pearce de Azevedo), da violoncelista Irene Lima e do saxofonista Pedro Corte-Real, do pianista brasileiro Marcelo Bratke e do violoncelista Filipe Quaresma.

A orquestra Ensemble Juvenil de Setúbal – que congrega jovens com e sem formação musical, jovens com necessidades educativas especiais e dirigida por Ian Ritchie - vai mostrar o trabalho desenvolvido ao longo do ano, com compositores que criam músicas adaptadas às suas necessidades.

Espalhados pelo Convento de Jesus, pelo Fórum Municipal Luísa Todi, pelo Museu do Trabalho, pela Casa da Avenida, pela Escola de Hotelaria e Turismo e pela rua, vão decorrer, além dos concertos, exposições de trabalhos desenvolvidos pela comunidade, exposições interativas e demonstrações de instrumentos adaptados, de forma a reforçar a ideia de que todos podem fazer música.

Ao longo do ano letivo, as escolas locais desenvolvem diversos trabalhos sob o conceito de que “a música é para todos”, que depois são apresentados no festival.

Um dos convidados do festival é o músico Clarence Adoo, tetraplégico, que toca um instrumento criado para si, adaptado às suas necessidades especiais.

Para a organização, a presença de Clarence Adoo permite “partilhar com o público e com os jovens” a ideia de que “a música pode chegar a todos e que as necessidades não têm de ser impeditivas”.

Foto: Festival de Música de Setúbal