“Mais do que apenas uma celebração da sua obra premiada e reconhecida, Luísa Costa Gomes vem à Fábrica do Braço de Praça para falar sobre as cumplicidades entre registos diferentes no seu percurso, com o ator Paulo Matos e o ensaísta e dramaturgo Abel Barros Baptista”, segundo nota da instituição enviada à agência Lusa.

A celebração dos 40 anos de literatura da autora de “A Pirata” (2006) é a primeira iniciativa do Festival Braço das Artes, que se propõe “conjugar o convívio e a fruição de momentos culturais com a perceção de que é fundamental aliar as artes à intervenção e à cidadania”.

As celebrações começam hoje pelas 18h00, na sala Nietzsche da fábrica, no Beato, em Lisboa, com uma conversa moderada por João Morales, com Luísa Costa Gomes, o ator Paulo Matos e Abel Barros Baptista, com quem a autora partilhou a escrita de “O Defunto Elegante” (1996).

Segundo o mesmo comunicado, estes três dias de encontros são um “espaço para ouvir livreiros independentes que se lançaram na edição, e abordar o universo do livro com os editores Manuel Fonseca (Guerra e Paz), João Rodrigues (Sextante) e Manuel de Freitas (fundador da 2020, que recentemente se fundiu com a Penguin Random House).

Esta 1.ª edição do Braço de Artes, com entrada livre, inclui uma sessão de leitura de poesia, uma outra de “partilha de experiências de quem se refugiou da pandemia usando a escrita, ou o desenho, como forma de refúgio, agora feito obra impressa/ou a ser lançada em breve”.

Hoje, às 21h30, há um concerto pelo pianista Júlio Resende, que tem recriado o repertório de Amália Rodrigues ao piano, e editou, recentemente, o álbum "Júlio Resende Fado Jazz Ensemble".

A programação musical conta com uma evocação do trompetista e cantor Chet Baker (1929-1988) e um recital de obras de Maurice Ravel e Manuel de Falla, por Laura Alves, acompanhada pelo pianista Filipe Gaia Pereira, no sábado às 21h30.

Também no sábado, mas às 19h00, acontece um debate moderado por João Morales, “Retidos para averiguações: registos do confinamento”, com Nuno Saraiva, Miguel Oliveira da Silva e Paulo Guinote. O dia encerra com um concerto por Marco Oliveira (viola), Ricardo Parreira (Ricardo Parreira) e Yami (viola baixo).

No domingo, às 16h00, Morales modera uma mesa com Manuel Fonseca, João Rodrigues e Manuel de Freitas, que se intitula “Quem faz um livro, fá-lo por gosto”.

“Chet Baker: Como se eu Tivesse Asas” é o tema da conversa, às 17h00, entre Vasco Santos e João Morales, seguindo-se, às 19:00, “O Urutau pousou na Fábrica”, sessão de leitura de poemas por Elisa Scarpa, Manuel Almeida Freire, Pedro Loureiro, Gilda Nunes Barata, Pedro Morcego e Luciana Soares.

Luísa Costa Gomes, de 67 anos, autora de contos, romances, peças de teatro e libretos, tem sido distinguida com vários prémios. Em 1988 recebeu o D. Dinis, da Fundação da Casa de Mateus, pelo romance “O Pequeno Mundo”, em 1994 o Prémio Máxima de Literatura pela escrita de “Olhos Verdes”, em 2010 Prémio Fernando Namora/Estoril Sol, pelo romance "Ilusão ou O Que Quiserem”.

Autora de cerca de 21 títulos na área da narrativa ficcional, recebeu ainda o Prémio Camilo Castelo Branco (1997) e o Prémio P.E.N. Clube Português de Novelística (2010), pela obra "Ilusão ou o que quiserem".

Os mais recentes títulos de Luísa Costa Gomes, publicados em 2018, foram “Florinhas de Soror Nada: a vida de uma não-santa”, e na área da não-ficção “Da Costa, praias e montes da Caparica”.