O cartaz da edição inaugural ficou hoje fechado, com a adição do duo britânico Necro Deathmort, do produtor angolano Nazar, dos Simply Rockers Soundsystem, da banda punk Putas Bêbadas, dos portugueses 10.000 Russos, além da banda alentejana Paulo Colaço & Mocinhos em Cante e o projeto lisboeta unitedstatesof.
A dupla Matthew Rozeik e AJ Cookson compõe Necro Deathmort desde 2007, e o último trabalho de estúdio data de 2018, “Vol. 4”, consolidando o lugar na “cena underground britânica”.
Os autores de “Overland” (2017) ou “The Capsule” (2016) são dos nomes mais sonantes da programação, que conta também com o rapper português Allen Halloween, Norberto Lobo ou a junção entre Lena d’Água e o músico jazz Tahina Rahary.
Uma das propostas internacionais do MUPA é o produtor angolano Nazar, de 25 anos, baseado na cidade britânica de Manchester e a refletir, no EP de estreia “Enclave”, lançado no final de 2018, a “extrema violência, injustiça e omnipresença de um estado repressivo durante e após a guerra civil angolana”.
Segundo a apresentação do trabalho, na plataforma musical online Bandcamp, a produção do músico começou depois do fim do conflito, em 2002, quando regressou à Angola após ter sido criado na Bélgica, começando por olhar “para a música kuduro”.
“Nazar inverte kuduro, ao misturar sons de guerra, como armas a serem carregadas e barulhos de ataques aéreos, com sintetizadores e uma cascata percussiva e o uso do ‘noise’”, pode ler-se.
As letras, por sua vez, focam-se “nos massacres e na violência, com gritos contra a ditadura”, para refletir “a jornada tumultuosa do músico e honrar os mortos sem nome”, pegando “no passado de Angola para fazer sentido do seu presente”.
Em cartaz estarão ainda vários DJ, como Caroline Lethô, e ainda projetos de vários géneros musicais, da música psicadélica dos 10.000 Russos à junção de JP Simões e Miguel nicolau, no projeto Bloom, o hip-hop em criolo de Mynda Guevara, os Rodrigo Amado Motion Trio ou Systemic Violence, entre outros nomes.
Na apresentação do evento, no sítio online, o MUPA afirma procurar “integrar um amplo universo musical bem no coração da histórica cidade de Beja”, ao cruzar géneros musicais e gerações de artistas para “transgredir barreiras e costumes”.
Organizado pela associação CulturMais e pela Câmara de Beja, o festival já vendeu mais de 100 passes gerais, estando agora à venda por dez euros, até 15 de abril, e 13 euros até às datas do evento.
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