“O festival tem crescido e tem-se alterado ao longo dos anos. Tem vindo a tornar-se um projeto cada vez mais multidisciplinar. No início, estava muito focado na questão da intervenção no espaço público, através essencialmente dos murais e, hoje em dia, já é um projeto completamente transversal”, sublinhou o diretor do evento, Jesse James, em declarações à agência Lusa.

O festival Walk & Talk decorre de 15 a 31 de julho, em São Miguel e, pela primeira vez, de 23 de setembro a 01 de outubro, na ilha Terceira, envolvendo cerca de 90 artistas de diversas áreas.

O Walk & Talk, organizado pela Associação Anda&Fala, realizou-se pela primeira vez em 2011, na cidade de Ponta Delgada, “estimulando a criação no contexto cultural e geográfico específico dos Açores”, e “assinala o culminar do trabalho de programação contínua e transversal”.

Jesse James adiantou que o Walk & Talk está organizado "em quatro áreas", um circuito de arte pública, o programa de residências artísticas, o programa simultâneas (na galeria do Walk & Talk, no centro de Ponta Delgada) e o programa de conhecimento, este último em colaboração com o Museu Carlos Machado.

"Este programa de conhecimento que tem a ver com a forma como conseguimos criar conteúdo em torno dos projetos que acontecem no festival, desde visitas guiadas, a conversas, oficinas", explicou.

A programação mantém o circuito de arte pública, com artistas convidados que vão trabalhar no espaço público uma série de intervenções, desde design, arquitetura, arte mural, às instalações.

“É um programa muito diverso ao longo das duas semanas, com destaque para essas residências artísticas", frisou, indicando que o festival arranca na sexta-feira, com "quatro exposições em simultâneo", que estarão patentes ao longo do Walk & Talk.

O diretor do evento destacou, por exemplo, no fim de semana de abertura do festival, no sábado, a estreia, no Teatro Micaelense, na cidade de Ponta Delgada, do espetáculo de dança contemporânea “Dance With Somebody”, de João dos Santos Martins, um projeto de residência artística nos Açores, em colaboração com a formação 37.25, núcleo de bailarinos açorianos de artes 'performativas'.

Além disso, a programação integra a residência de artesanato com 'designers' ilustradores que vão trabalhar com artesãos locais, desde o vime, à cerâmica e à tapeçaria.

Haverá também espaço para o video, fotografia, concertos e cinema.

A pré-abertura do festival realiza-se hoje, pelas 21:00, com a inauguração da exposição da autoria de Susana Mendes Silva, na Galeria Fonseca Macedo.

Em seis anos, o festival "já acolheu mais de 180 criadores e coletivos em residência, e para a apresentação de projetos inéditos que permitiram dotar a ilha de São Miguel de um Circuito de Arte Pública que conta atualmente com cerca de 70 trabalhos, mapeados e visitáveis todo o ano", de acordo com a organização.