O fotógrafo Luís Ferreira Alves, que teve “um importante papel de divulgador da arquitetura portuguesa”, morreu no sábado, aos 84 anos, vítima de doença prolongada, escrevem hoje a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) e a Câmara do Porto.

O funeral realiza-se na terça-feira, às 17:00, no Tanatório de Matosinhos, no distrito do Porto.

Quer a FAUP, quer a autarquia do Porto dedicam hoje publicações nas suas páginas oficiais a Luís Ferreira Alves, um fotógrafo que se dedicou à fotografia de arquitetura e património, trabalhando recorrentemente com alguns dos mais importantes arquitetos portugueses.

“Assumiu um importante papel de divulgador da arquitetura portuguesa, contribuindo para a sua visibilidade nacional e internacional”, refere a FAUP, acrescentando que o fotógrafo “manteve uma ligação de proximidade" a esta instituição, "sendo autor de diversos registos da Faculdade desde a sua construção até à recente reabilitação dos edifícios, em 2016”.

Já a Câmara do Porto recorda que Luís Ferreira Alves trabalhou “recorrentemente com nomes como [os arquitetos] Fernando Távora, Eduardo Souto de Moura ou Álvaro Siza Vieira”.

Segundo a autarquia, Luís Ferreira Alves foi o primeiro fotógrafo a ser distinguido como Membro Honorário da Ordem dos Arquitetos.

“Em julho de 2015, Luís Ferreira Alves foi agraciado pela Câmara Municipal do Porto com a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro. Foi também convidado a fotografar o processo de reabilitação do Mercado do Bolhão, provavelmente um dos seus últimos registos fotográficos presenciais”, lê-se no ‘site’ da autarquia.

Luís Ferreira Alves nasceu em Valadares, concelho de Vila Nova de Gaia, em 1938.

Além da atividade como fotógrafo, realizou de vídeos de arquitetura e culturais, tendo dezenas de livros editados e exposições realizadas, algumas delas em co­autoria, dentro e fora do país.

A FAUP descreve que Luís Ferreira Alves foi seccionista ativo do Cineclube do Porto, durante a década de 1950, cofundador da Secção de Formato Reduzido e Cinema Experimental, e fez parte da equipa que realizou o documentário “Auto da Floripes”.

Em 1962, foi preso pela PIDE, a polícia política da ditadura, e julgado no Tribunal Plenário do Porto, tendo sido compulsivamente afastado do Banco Ferreira Alves & Pinto Leite, onde até então trabalhava com o pai.

O título de Membro Honorário da Ordem dos Arquitetos foi-­lhe atribuído, a 8 de outubro de 2013, em Lisboa.

Em outubro de 2021 recebeu a Medalha de Mérito Cultural atribuída pelo Ministério da Cultura, numa cerimónia realizada na Casa da Arquitetura, em Matosinhos.

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