São seis histórias "subversivas e sensuais" de todo o mundo, que compõem a 'shortlist' do prémio, anunciada hoje pelo júri, presidido pela escritora Leila Slimani e composto pelo tradutor Uilleam Blacker, pelo escritor Tan Twan Eng, pela crítica Parul Sehgal e pelo editor literário do Financial Times, Frederick Studemann.
Os romances nomeados para a edição deste ano são "Boulder", da catalã Eva Baltsar, traduzido por Julia Sanches, "Whale", do sul-coreano Cheon Myeong-kwan, traduzido por Chi-Young Kim, “The Gospel According To The New World”, da francesa Maryse Condé, traduzido por Richard Philcox, “Standing Heavy”, do ivoriano Armand Gbaka-Brédé (que assina como GauZ’), com tradução de Frank Wynne, "Time Shelter", do búlgaro Georgi Gospodinov, traduzido por Angela Rodel, e "Still Born", da mexicana Guadalupe Nettel, com tradução de Rosalind Harvey.
Os seis livros, originários de seis países de quatro continentes, exploram os desafios da maternidade, as lutas dos trabalhadores sem documentos e os perigos da nostalgia, destaca o júri do prémio acrescentando que entre os autores, figuram "a grande dama da literatura das Caraíbas", "um Proust do Oriente", um "cronista preeminente das vozes ‘queer’" e um antigo guarda de segurança.
Entre estes seis finalistas, escolhidos a partir de uma pré-seleção de 13 livros, anunciados em março, contam-se dois romances de estreia, "Whale" e "Standing Heavy", e, no espectro oposto, um último romance, "The Gospel According to the New World".
Quando foi nomeada para a 'longlist' do prémio, Maryse Condé, de 86 anos, afirmou que "vencer seria uma forma de celebrar" o seu "romance final".
A escritora francesa natural da ilha de Guadalupe é a pessoa mais antiga de sempre a ser nomeada para o Prémio Booker Internacional, tendo já sido nomeada em 2015 pelo conjunto da sua obra.
Maryse Condé, que tem uma desordem neurológica degenerativa que resultou numa perda de visão, ditou “The Gospel According To The New World” ao seu parceiro e tradutor, Richard Philcox, que depois o traduziu para inglês. Trata-se da primeira equipa mulher-marido alguma vez nomeada para o prémio.
Os dois autores que concorrem com os seus romances de estreia, embora já tenham publicado outras obras desde então, são Cheon Myeong-kwan, romancista, argumentista e diretor de cinema sul-coreano, e GauZ’, escritor, editor e fotógrafo que viveu em Paris como estudante sem documentos, onde também trabalhou como segurança, antes de voltar à sua Costa do Marfim natal.
Nenhuma das obras nomeadas está publicada em Portugal, embora alguns autores tenham livros editados em território português, como Maryse Condé ("Eu, Tituba, Bruxa...Negra de Salem", pela Maldoror, em 2022), Guadalupe Nettel (“O Corpo em que Nasci”, pela Teodolito, em 2013) e Eva Baltasar (“Permafrost”, pela Kalandraka, em 2021).
Cada um dos seis livros finalistas teve origem num país diferente - Bulgária, Costa do Marfim, França, México, Coreia do Sul e Espanha - e, juntos, abrangem quatro continentes, ao passo que os tradutores representam cinco países - Brasil, Irlanda, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.
Dois dos romances foram traduzidos a partir de línguas que estão representadas pela primeira vez numa 'shortlist' do Booker Internacional: búlgaro e catalão.
O anúncio da 'shortlist' coincidiu com o primeiro dia da Feira do Livro de Londres, estando previsto um prémio de cinco mil libras para os livros que chegaram a esta fase, repartido em metade para autor e tradutor.
O livro vencedor vai ser anunciado no dia 23 de maio, com um prémio de 50 mil libras, também igualmente dividido entre autor e tradutor.
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