A exposição, que vai decorrer entre segunda e terça-feira na galeria BWG, vai mostrar trabalho produzido ao longo de vários anos por Alfredo Matos em Portugal e de Miguel Bruno em África.
A colaboração insólita surgiu após o desafio de um amigo comum que reside na capital britânica e de uma empatia imediata após conhecerem-se pessoalmente há cerca de um ano.
“São dois elementos de palco, entre aspas - do Alfredo são mesmo de palco, os meus são de outro tipo de palco. Mas faz sentido juntar vida selvagem com outros monstros de palco”, defendeu Bruno à agência Lusa.
A mostra vai levar os visitantes numa "viagem fotográfica através de safaris e palcos”, começando na savana africana e respetivos protagonistas e depois fazer uma ligação aos músicos em concerto e nos bastidores.
“São dois mundos que parecem diferentes, mas a realidade é que encaixam”, concorda Alfredo Matos, enquanto Bruno descreve o resultado como “uma simbiose engraçada”.
Depois de trabalhar em design gráfico, Miguel Bruno mudou-se para África nos anos de 1990, onde viveu em vários países, trabalhando atualmente como operador turístico de safaris em paralelo com a paixão da fotografia.
Para esta exposição escolheu imagens de animais como elefantes da Zâmbia e leões da Tanzania, mas também de pessoas, nomeadamente nativos Masai, da Tanzânia, e Himba, do norte da Namíbia e do sul de Angola.
Bruno vende regularmente fotografias em séries limitadas, mas “nunca acima de 20 cópias”, porque considera que “desvirtua” o trabalho, recusando a produção de imagens em massa para decoração.
Além de eventos corporativos, Alfredo Matos dedica-se à fotografia de teatro e música em Portugal.
Nos últimos anos colaborou com artistas como Sara Tavares, Cuca Roseta, Jorge Palma, Camané, Caetano Veloso e Tito Paris, alguns dos quais vão estar retratados nesta exposição.
Mais recentemente, foi Matos quem produziu as imagens para a capa, contracapa e campanha de promoção do album de Simone de Oliveira “Pedaços de mim”.
Por a exposição ser em Londres, decidiu incluir uma fotografia do vocalista da banda britânica Deep Purple, Ian Gillan, quando este atuou em Lisboa.
Miguel Bruno planeia levar esta exposição, que teve o apoio do Instituto Camões, a outros países, como o Japão e Canadá.
“Temos matéria para para fazer mais, pelo menos mais três ou quatro exposições destas. Vamos ver como é que o mercado vai reagir”, afirmou.
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