Herbie Hancock, 77 anos, tem em Amarante a única paragem portuguesa numa digressão iniciada a 26 de junho, na Ucrânia, que soma mais de duas dezenas de concertos, na Europa, até aos palcos franceses, no final do mês, e que vai prosseguir pelos Estados Unidos, em agosto.

O compositor de “Maiden voyage” apresenta-se, a partir das 23:30, no palco do Parque Ribeirinho, com o guitarrista Lionel Loueke, o baterista Vinnie Colaiuta, o baixista James Genus e com Terrace Martin, o produtor de Kendrick Lamar e Snoop Dogg, que também prepara o próximo álbum do pianista, e que o irá acompanhar em saxofone e teclados.

Detentor de 14 Grammy, o mais recente atribuído em 2016, pelo conjunto da obra, Hancock toca de novo em Portugal, dois anos depois da atuação no festival cooljazz, em Oeiras, onde retomou a dupla com Chick Corea, em piano acústico, que marcou o final da década de 1970.

Antes, Herbie Hancock esteve em Portugal em 2012, para concertos em Lisboa e Guimarães, que era então capital europeia de cultura, dando continuidade a presenças regulares que passaram por festivais de jazz em Cascais, pelo Jazz em Agosto ou pela casa da Música no Porto, em 2010, quando lançou o seu mais recente álbum, "The Imagine Project", em que revisitou 'clássicos' da música popular como "Imagine", de John Lennon, "The times they are a-changing", de Bob Dylan, ou "Don't Give Up", de Peter Gabriel.

A presença agora de Hancock, em Portugal, com o concerto de Amarante, verifica-se cerca de meio século após a edição de “Speak like a child” (1968), disco que se mantém entre os mais atuais do jazz, e da composição da banda sonora para o filme “Blow up” (1966), do italiano Michelangelo Antonioni.

Do trabalho inicial com o trompetista Donald Byrd, à presença nos quartetos decisivos de Miles Davis, nos anos de 1960, das parcerias com Dexter Gordon, Freddie Hubbard, Paul Chambers, Tony Williams ou Billy Higgins, na Blue Note, aos "Head hunters" e ao "funky" dos anos de 1970, do acústico, com ou sem Chick Corea, aos encontros e reencontros com Ron Carter, Wayne Shorter, Wallace Roney ou Jack DeJohnette, que se seguiram, Hancock soma perto de seis décadas da história do jazz.

O festival Mimo, na segunda edição portuguesa, conta hoje, ainda, com atuações de Richard Bona & Mandekan Cubano (21:30), dos músicos etíopes/franceses Girma Bèyènè e Akalé Wubé (20:00), e dos brasileiros Hamilton de Holanda & O Baile do Almeidinha, acompanhados da cabo-verdiana Mayra Andrade (01:15), todos no palco do Parque Ribeirinho de Amarante.

A baterista francesa de jazz Anne Paceo atua às 20:30, no Museu Amadeo de Souza Cardoso.

E o Coro de Câmara de Lisboa apresentar-se-á de manhã, às 10:00, na igreja de São Gonçalo.

O último dia do Mimo, domingo, conta com as atuações do pianista Filipe Raposo, do fadista Ricardo Ribeiro, da 'cantautora' britânica Ala.Ni, de Manel Cruz, no projeto a solo, que sucedeu aos Ornatos Violeta, e do brasileiro Rodrigo Amarante, baseado nos Estados Unidos, o músico de Los Hermanos e da Orquestra Imperial, que tocou com Devendra Banhart e que compôs o genérico de "Narcos", para a Netflix.

O Mimo nasceu em Olinda, no Brasil, em 2004, cinco anos depois, em 2009, estendeu-se a outras cidades do país e, no ano passado, teve a primeira edição portuguesa, em Amarante.

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