O Prémio Pedro Osório, que distingue o álbum “Menino Prodígio”, de José Cid, é entregue na próxima quarta-feira, 24 de fevereiro, anunciou Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), que atribui o galardão em memória do maestro e compositor falecido em 2012.

A cerimónia de entrega do galardão está marcada para as 18h30 de quarta-feira, no auditório Frederico de Freitas, na sede da SPA, em Lisboa.

O Prémio de Música Pedro Osório foi “atribuído ao cantor, compositor e músico José Cid, pelo disco ‘Menino Prodígio’, editado em 2015, e também pelo grande êxito da sua carreira em palco e em estúdio”, afirmou em comunicado a SPA, no passado dia 3 de fevereiro, quando anunciou o nome do vencedor deste ano.

O galardão, criado após o falecimento de Pedro Osório, em 2012, “distingue anualmente um nome e uma obra relevantes na vida musical portuguesa”, e tem o valor pecuniário de dois mil euros.

O álbum “Menino Prodígio” foi editado no dia 6 de abril do ano passado e, em março desse ano, antecipando a apresentação, em declarações à Lusa, José Cid, de 74 anos, fundador do Quarteto 1111, em 1967, definiu-o como “roqueiro, de combate e interventivo”.

“É um álbum que entra na área da objeção de consciência, mas levada para o rock, e isso é muito o que o [Quarteto] 1111 fez, com dezenas de canções censuradas pelo regime [de ditadura, anterior ao 25 de Abril de 1974], e uma delas é a ‘Blá!, blá!, blá!’, que inclui neste disco”, disse o músico.

O ÁLBUM foi gravado ao longo de 2014, nos estúdios da ACid Records, em sistema totalmente analógico, e conta com 13 faixas, sendo 12 canções inéditas, entre as quais “Rock rural”, composta por Cid na década de 1960, que foi gravada ao vivo no Campo Pequeno, em Lisboa, e uma versão de “Don´t wanna miss a thing”, dos Aerosmith.

Das 13 canções, aquela de que José Cid disse gostar mais é “De mentirosos está o mundo cheio”, tendo citado duas outras, que qualificou como “mais ligeiras” - “O andar de Marilyn”, uma homenagem à atriz norte-americana que “enlouqueceu” a geração do músico no filme “Cataratas do Niágara” e, de “cariz autobiográfico”, a que dá título ao álbum, “Menino-prodígio”.

Sobre este tema, Cid afirmou: “O menino-prodígio morreu!/ E o seu epitáfio sou eu…”.

À Lusa o músico explicou: “Menino Prodígio é um termo que fui gerindo ao longo da minha existência, era uma coisa que me chamavam os amigos dos meus pais, quando era pequeno, e eu não percebia. Eu, aos três, quatro anos, já cantava e tocava piano”.

“Achei que era uma boa ideia para um tema, que é um bocadinho autobiográfico”, disse, referindo que o “menino-prodígio” morreu em 1957, quando formou a banda Babies. Dez anos mais tarde, o músico formou o Quarteto 1111, outro dos seus diversos projetos.

“O tema de que mais gosto é ‘De mentirosos está o cemitério cheio’. Sinto que fui muito feliz a escrevê-lo”, disse, referindo, em seguida, que recuperou dois temas de 1971, “Blá! Blá! Blá!” e “Monstros sagrados”.

O Prémio Pedro Osório distinguiu anteriormente Pedro Abrunhosa, Rão Kyao, Jorge Palma e Janita Salomé.