O júri considerou que “estes contos de José Viale Moutinho, servidos por uma ironia mordaz numa prosa exigente e sadia, transportam a estranheza e o absurdo de situações resgatadas a tempos e atmosferas distantes, para outras ‘monstruosidades’ destes novos ‘tempos do infortúnio’”, segundo um comunicado divulgado pela APE.

A atribuição do prémio a José Viale Moutinho, que o conquista pela segunda vez, foi decidida por unanimidade no dia 24 de setembro, em reunião do júri, composto por Fernando Batista, José Manuel de Vasconcelos e Paula Mendes Coelho.

O Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, instituído em 1991, pela APE, patrocinado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, destina-se a galardoar anualmente uma obra em língua portuguesa de um autor português ou de país africano de expressão portuguesa, publicada em livro, 1.ª edição, no decurso do ano de 2018.

O valor monetário deste Grande Prémio é de 7.500 euros para o autor distinguido.

José Viale Moutinho nasceu no Funchal, em 1945, e estreou-se na literatura em 1968 com a novela “Natureza Morta Iluminada”.

Jornalista e escritor, tem atualmente várias obras editadas, algumas delas traduzidas nas mais diversas línguas, como o russo, búlgaro, castelhano, alemão, italiano, catalão, asturiano e galego.

Foi diretor da APE, da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, do Círculo de Cultura Teatral e presidente da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, sendo ainda sócio do Pen Clube Português, da Academia de Letras de Campos de Jordão (Brasil) e membro honorário da Real Academia Galega.

Ficcionista e poeta, José Viale Moutinho é autor de cerca de meia centena de livros para crianças, bem como de trabalhos nas áreas de investigação de Literatura Popular, da Guerra Civil de Espanha e da deportação espanhola nos campos de concentração nazis, bem como de estudos sobre Camilo e Trindade Coelho.