Para chegar a um veredito, a Justiça norte-americana requer que a decisão seja unânime.

Quando o júri anunciou o impasse, Cosby sorriu.

O comediante é acusado de agredir sexualmente Andrea Constand, de 44 anos, na sua mansão nos arredores da Filadélfia, no início de 2014. Cosby admitiu tê-la manipulado sexualmente naquele dia, mas disse que os atos foram consensuais.

Mundialmente famoso pela interpretação de um simpático ginecologista, pai de quatro filhos, no programa de TV "The Cosby Show" (1984-1992), o ator de 79 anos pode ser condenado a até 30 anos de prisão.

Mais de 60 mulheres acusaram Cosby de agressão sexual, mas só no caso de Constand os crimes não prescreveram.

Caso ocorra impasse ("deadlock", em inglês), a lei da Pensilvânia, onde decorre o julgamento, permite ao juiz ordenar ao júri que prossiga com as suas discussões, sem dar um prazo determinado para a decisão.

"Se, depois de novas deliberações, continuarem sem chegar a acordo, devem informar-me", disse o juiz Steven O'Neill aos 12 membros do júri: cinco mulheres e sete homens.

No inícioda tarde, o júri superou as 30 horas de reuniões a portas fechadas, o tempo que os jurados no julgamento de Michael Jackson, em junho de 2005, demoraram a afastá-lo das acusações de pedofilia.

Se o júri não conseguir chegar a um acordo sobre um veredito, o julgamento será anulado, uma imensa derrota para a acusação e uma inesperada vitória para este pioneiro comediante negro, que teve uma infância pobre como filho de uma empregada doméstica e um cozinheiro da Marinha, mas que conseguiu superar as barreiras raciais.