Após a ironia de uma primeira reação, Kevin Spacey garante que não se vai deixar ficar e irá reagir aos "ataques" de um novo documentário.
"Spacey Unmasked" ("Spacey desmascarado", em tradução literal) é o título do documentário originalmente encomendado pelo Channel 4 que será exibido na Grã-Bretanha em duas partes a 6 e 7 de maio, prometendo rever a vida e carreira do ator de 64 anos, investigar as alegações de agressão sexual contra si e apresentar depoimentos inéditos com vários homens.
Após ser anunciado que o trabalho foi comprado pela HBO Max, a plataforma de streaming da Warner, o vencedor de dois Óscares reagiu com ironia numa declaração enviada à revista Variety: "Estou honrado por protagonizar o meu primeiro filme com a Warner Brothers em muitos anos. Espero que a Academia [dos Óscares] tome nota de algumas das excelentes atuações do elenco menos conhecido”.
Na quinta-feira, o ator passou ao contra-ataque nas redes sociais, acusando o Channel 4 de não lhe dar tempo suficiente para "responder a alegações feitas contra mim com a data de 48 anos e fornecer-me detalhes suficientes para investigar esses assuntos".
"O Channel 4 recusou com base no facto de considerar que pedir uma resposta no prazo de sete dias a alegações novas, anónimas e não específicas é uma 'oportunidade justa' para eu refutar quaisquer alegações feitas contra mim. Não vou ficar sentado e ser atacado por um 'documentário' tendencioso de um canal moribundo sobre mim, na sua tentativa desesperada de obter audiências. Existe um canal adequado para lidar com as acusações contra mim e não é o Channel 4", notou no texto publicado no X (antigo Twitter), numa referência aos tribunais.
"Sempre que me foi dado tempo e um fórum adequado para me defender, as alegações falharam no escrutínio e fui exonerado", recordou, prometendo que terá mais reações ao documentário durante o fim de semana.
Numa declaração à Variety, o Channel 4 mantém que foi dado tempo suficiente ao ator para reagir.
Recorde-se que a carreira de Spacey implodiu por causa de várias acusações de crimes sexuais, na vaga que surgiu com o movimento #MeToo em 2017.
O ator desmentiu todas as acusações e foi considerado inocente em dois processos separados em Nova Iorque e Londres, em 2022 e 2023.
Também ganhou uma ação civil apresentada pelo ator norte-americano Anthony Rapp em outubro de 2022 que o acusava de uma agressão sexual alegadamente ocorrida em 1986 e outras queixas nunca chegaram a julgamento por terem sido retiradas pelas alegadas vítimas ou por decisão do Ministério Público.
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