Intitulado "Atlântica: Contemporary Art from Mozambique and its Diaspora" ("Atlântica: Arte contemporânea de Moçambique e a sua Diáspora", em tradução livre), é o segundo livro da editora Hangar Books, especializada em publicações no contexto das artes contemporâneas, e criada pela associação com o mesmo nome.

A obra, concebida e desenvolvida por artistas em conjunto com teóricos, curadores e investigadores, tendo em conta a produção artística do novo milénio, em Moçambique, reúne o trabalho desenvolvido por uma seleção de artistas moçambicanos a viver dentro e fora do país, e ensaios de diversos formatos.

Maimuna Adam, Filipe Branquinho, Jorge Dias, Ângela Ferreira, Gemuce, Eurídice Kala, Camila Maissune, Gonçalo Mabunda, Mário Macilau, Celestino Mudaulane, Félix Mula, Eugénia Mussa, Marilú Námoda e Mauro Pinto são os artistas moçambicanos representados.

Contactada pela agência Lusa, Ângela Ferreira, responsável pela edição sobre Moçambique, explicou que este "é um livro criado por artistas e para artistas, com o objetivo de colmatar uma falha importante da falta de publicações em que estejam referenciados, nos circuitos internacionais de arte contemporânea".

"A arte contemporânea africana está neste momento a ter uma grande procura, mas há uma ausência no que diz respeito aos artistas africanos de países de expressão portuguesa. Estes artistas estão mal representados nos catálogos internacionais", comentou Ângela Ferreira, que tem comparado o contexto de Moçambique, de onde é natural, com o da África do Sul, onde viveu e estudou, e cujo poder económico proporciona aos seus artistas uma divulgação que outros países africanos não têm, como é o caso de Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Cabo Verde.

Para promover esta divulgação, a associação Hangar criou uma linha editorial específica, que tem sido coordenada pela também artista Mónica Miranda, e cuja primeira edição foi dedicada à arte contemporânea de Angola.

Agora é a vez de Moçambique, e está previsto um terceiro título sobre Cabo Verde e Guiné-Bissau, sempre com a referência "Atlântica" em título, indicou Ângela Ferreira.

Convidada a editar o volume sobre Moçambique, Ângela Ferreira fez a seleção em conjunto com uma comissão consultiva de artistas, organizada pelo Hangar.

No interior estão histórias de 14 autores, com perspetivas e visões artísticas distintas que mostram as práticas de arte contemporânea que surgiram ou se desenvolveram no país, tornando-se "ferramentas de resistência e rebelião".

"Como tal, foram centrais para as estratégias de descolonização que os artistas usaram para entender, analisar e resistir ao impacto socioeconómico dos eventos quotidianos e das suas próprias realidades pessoais", adiantou à Lusa.

Os ensaios são assinados por curadores e investigadores portugueses e estrangeiros como Storm Janse Van Rensburg, Raquel Schefer, Álvaro Luis Lima, Alda Costa, Drew Thompson, António Pinto Ribeiro, Ana Balona de Oliveira, Afonso Dias Ramos, Nomusa Makhubu, João Silvério, Maria do Mar Fazenda, Rui Assubuji, Nkule Mabaso, Paula Nascimento, Dellinda Collier, Azu Nwagbogu, e Sihle Motsa.

A obra vai ser lançada na sexta-feira, no Hangar – Centro de Investigação Artística, em Lisboa, entre as 18h00 e as 20h00, e a sessão incluirá uma mesa-redonda, com a participação da artista Ângela Ferreira e do curador Azu Nwagbogu.

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