O humorista, que admitiu ter-se masturbado em frente a várias mulheres após ser denunciado em 2017, ganhou o galardão de Melhor Álbum de Comédia por um programa em que aborda o escândalo. O comediante não marcou presença na ceróminia.
Nas redes sociais, muitos espectadores questionaram a facilidade com que os eleitores da Academia aparentemente perdoaram ou ignoraram o comportamento de Louis C.K no passado. "Inacreditável. Louis C.K. abusou de mulheres em série, mas consegue manter a sua carreira e até ganhar um Grammy", escreveu Atima Omara, escritora e estrategista política, no Twitter.
Descrevendo-se como uma "ex-fã" de C.K., a utilizadores do Twitter @iron_eliza publicou: "Realmente discordo de quem decidiu reverter o cancelamento de Louis C.K."
Em novembro de 2017, o New York Times publicou denúncias contra C.K. feitas por cinco mulheres, que o acusaram de se masturbar ou de pedir para se masturbar à sua frente ou por telefone, em incidentes separados, que datam do fim dos anos 1990 a 2005. C.K. emitiu imediatamente uma declaração a confirmar as histórias e a sua carreira foi interrompida.
O escândalo veio à tona apenas um mês depois das revelações sobre o magnata de Hollywood Harvey Weinstein desencadearam o movimento global #MeToo. Em 2020, C.K. lançou o especial de comédia "Sincerely Louis C.K.", gravado no ano anterior, no qual confessava estar arrependido.
Em agosto do ano passado, C. K. lançou a sua primeira grande digressão internacional desde que as acusações se tornaram publicas.
A comediante e escritora de TV Jen Kirkman foi um dos muitos que compararam ontem o tratamento a C.K. à reação de Will Smith na cerimónia dos Óscares. Jen escreveu que os comediantes homens expressaram alarme quando Chris Rock foi esbofeteado, mas ficaram "calados esta noite sobre Louis C.K. ganhar um Grammy por um álbum em que ele brinca sobre as suas agressões" às mulheres.
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