A hora aproxima-se e os concertos estão quase a começar. No Grande Auditório, sobe ao palco a Orquestra de Jovens dos Conservatórios Oficiais de Musica (OJ.COM) que, pela mão do maestro Pedro Andrade, faz os espectadores viajarem “Entre Portugal e as Américas”.

Cá fora, pelos vários espaços do Centro Cultural de Belém (CCB), várias dezenas de pessoas distribuem-se pela bilheteira, pelo mercado, a ouvir uma atuação de jazz ou, simplesmente, a usufruir do ambiente que se faz sentir neste equipamento cultural da cidade de Lisboa.

Raquel Pais veio de propósito do Porto para assistir à atuação da Orquestra XXI, porque acompanha a orquestra há muito tempo, mas também porque é mãe do maestro, regressando aos “Dias da Música” depois de alguns anos de interregno.

“Já tinha vontade de voltar ao CCB. Gosto muito, gostei muito quando estive cá. Claro que na altura era um bocadinho diferente porque tinha muitas orquestras e músicos estrangeiros, agora menos um bocadinho. De qualquer forma, acho fantástico”, disse à Lusa.

Miguel Mendes, por seu lado, admitiu ser um frequentador assíduo do festival de música, vindo todos os anos desde a primeira edição.

“Para já, por ser música ao vivo, o preço dos bilhetes, a qualidade dos músicos, o local onde é e porque sou amante de música, não só clássica”, adiantou, confessando-se amante da música Barroca.

Em declarações à agência Lusa, o diretor artístico do festival, e também administrador do CCB, admitiu não ter ainda todos os dados sobre quantas pessoas já assistiram a espetáculos, mas não tem dúvidas em afirmar que “ultrapassa já alguns milhares de pessoas”.

Para Miguel Leal Coelho, a adesão do público tem correspondido às expectativas e lembrou que na sexta-feira teve lugar uma “estreia retumbante” com o Espaço Cuba: Expresso Latino, na Sala Júlio Verne, que conseguiu pôr os espectadores a dançar.

“Foi, de facto, uma experiência muito engraçada e que nos faz pensar que é para prosseguir”, defendeu, lembrando que ainda há bilhetes para muitos concertos, apesar de alguns já estarem esgotados, como é o caso do concerto de encerramento.

Nesse sentido, apontou que uma das mais-valias do festival é ter uma oferta muito grande, onde, em caso de haver um concerto esgotado, se pode sempre ponderar escolher outro espetáculo.

“Além da música clássica, erudita, e dentro da erudita música que corre praticamente toda a história da música, temos outros géneros musicais, músicas do mundo, que eu acho que é um território para explorar”, frisou Miguel Leal Coelho, acrescentando que outra aposta para manter é a participação de orquestras jovens.

Quem se dirigir ao CCB, será confrontado com medidas de segurança mais apertadas, que passam por uma verificação de malas e mochilas para poder entrar no edifício principal, feita por elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP).

“Tem a ver com o nível de emergência que se vive um pouco na Europa toda. Não estamos num estado de alerta, como é evidente, mas para garantir a segurança das pessoas, CCB e PSP entenderam que se deveria proceder a esta verificação”, explicou o responsável.

Os “Dias da Música” terminam no domingo, com o concerto de encerramento marcado para as 21:30.