Madalena Sotto era o nome artístico de Maria Madalena Pereira Othão, nascida a 21 de julho de 1916, em Carvalhais de Lavos, nos arredores da Figueira da Foz, filha do pintor Othão Luís e da mestra de costura, bordados e tapeçaria Aida Augusta Pereira.
O velório da atriz realiza-se hoje, na igreja Nossa Senhora da Boavista, no Porto, onde na sexta-feira, às 15:00, é celebrada missa de corpo presente, seguindo-se o funeral para o cemitério de Agramonte, naquela cidade, segundo a mesma fonte.
A morte da atriz, que foi primeira figura da cena teatral portuguesa, tendo feito parte, entre outras, da companhia de Rey-Colaço/Robles Monteiro, e da de Vasco Morgado, chegou a ser noticiada em dezembro de 2011.
Madalena Sotto concluiu o curso de tapeçaria, na Escola de Artes e Ofícios de Oliveira de Azeméis, onde o seu pai era diretor, e onde chegou a lecionar como auxiliar de oficina. Atualmente, é a Escola Secundária Soares Basto e, nesta cidade da área metropolitana do Porto, uma rua a uma biblioteca ostentam o nome de Madalena Sotto.
Como atriz, estreou-se em 1939, no filme “A varanda dos rouxinóis”, de Leitão de Barros, a quem fora apresentada pelo jornalista Arthur Inês, que a vira numa curta-metragem de promoção turística da Figueira da Foz, “Dois corações… um destino”, de J. Oliveira Santos.
Em 1940 estreou-se no teatro, ao lado de Alves da Cunha, na peça “Os velhos”, de D. João da Câmara, no Teatro Sá da Bandeira, no Porto.
No cinema, área em que foi distinguida em 1945, com o Prémio de Melhor Atriz, pelo Secretariado Nacional de Informação, participou ainda em “Feitiço do império” (1940) e “A vizinha do lado” (1945), ambos de António Lopes Ribeiro. Neste último contracenou, entre outros, com Carmen Dolores, Ribeirinho e António Silva, desempenhando o principal papel, o da atriz Isabel.
Em 1947 fez parte do elenco do filme “Três espelhos”, de Ladislao Vajda, em 1956 participou em “Vidas sem rumo”, de Manuel Guimarães, e, em 1972, em “Sinal vermelho”, de Rafael Romero Marchent.
No teatro fez parte das companhias Rey-Colaço/Robles Monteiro, e do Teatro Ginasio, na década de 1950.
Entre 1955 e 1960, fez parte da companhia de Vasco Morgado, na qual, entre outras peças, participou em “A Severa”, de Júlio Dantas, ao lado de Amália Rodrigues, Assis Pacheco e Paulo Renato.
Em 1960, esteve no núcleo fundador do Teatro da Estufa Fria, onde contracenou, entre outros, com Augusto Figueiredo, Assis Pacheco, Alberto Ghira, Vasco de Lima Couto e Alina Vaz.
A atriz, que pôs fim à carreira em 1978, foi figura regular dos elencos de teatro televisivo, tendo participado em várias peças, nomeadamente “Casa de pais” (1959), de Herlander Peyroteo e Francisco Ventura, na qual contracenou com Manuel Lereno, Raul de Carvalho e Anna Paula.
Em 1993, Madalena Sotto participou no telefilme “Oito mulheres”, de Helder Duarte, exibido na RTP, no qual participaram entre outras, Clara Joana, Cucha Carvalheiro e Cristina Carvalhal.
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