Le Guin ganhou popularidade com a série "O Feiticeiro de Terramar" (Earthsea), iniciada no final dos anos 1960, na qual um aprendiz de feiticeiro luta contra os poderes do mal décadas antes de Harry Potter vir a fazer o mesmo.
A autora escreveu romances, livros infantis, contos, poesias e ensaios.
"Com profundo pesar, a família de Ursula K. Le Guin anuncia a sua morte em paz ontem à tarde", indicou um breve comunicado publicado na sua conta no Twitter.
O celebrado escritor norte-americano de suspense, literatura fantástica, ficção científica e terror Stephen King lamentou a morte de "um dos grandes" nomes na sua própria homenagem no Twitter.
Le Guin "não era apenas uma escritora de ficção científica, era um ícone literário", escreveu.
Educada no Radcliffe College de Massachusetts e na Universidade de Columbia em Nova Iorque, a autora era especialista em antropologia. O seu pai, Alfred Louis Kroeber, era um etnólogo conhecido pelo seu trabalho com índios americanos.
Le Guin publicou o seu primeiro romance, "El mundo de Rocannon", em 1966. Mas o sucesso veio com a publicação, em 1969, de "The Left Hand of Darkness", que ganhou uma série de prémios e se transformou num clássico da ficção científica.
O planeta em que se baseia este romance é pouco diferente da Terra, exceto pelo clima glacial, mas os seres que ali habitam são radicalmente distintos: têm um único sexo e às vezes assumem papéis masculinos, outras femininos.
O livro traz perguntas sobre a identidade sexual e questiona as regras sociais, a cultura e a vida nesse planeta.
"A única coisa que faz a vida possível é uma incerteza permanente e intolerável: não saber o que vem depois", disse Le Guin, influenciada pelo taoísmo e o anarquismo.
A escritora nasceu a 21 de outubro de 1929 em Berkeley, Califórnia, e depois radicou-se em Portland, Oregon, no noroeste dos Estados Unidos. Casou com o historiador francês Charles Le Guin e teve três filhos e quatro netos.
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