Florian Schneider, um dos membros fundadores grupo alemão Kraftwerk, morreu aos 73 anos. A notícia foi confirmada ao The Guardian por um dos colaboradores do músico, que avançou ainda que o alemão morreu há uma semana. A Sony Music Berlin também confirmou a morte do artista.

O jornal britânico avança ainda que músico lutava contra um cancro.

Multi-instrumentista (tocava sintetizador, vocoder, flauta, saxofone) Schneider deixou os Kraftwerk em 2008, depois de quatro décadas. Com discos como "Autobahn" (1974), "Trans Europe Express" (1977) ou "The Man Machine" (1978), o grupo alemão foi pioneiro na música eletrónica, e inovadores no uso de sintetizadores e de programações, influenciando dezenas de artistas de outros géneros musicais, do hip hop ao rock.

Florian Schneider, que nasceu em 1947,  deixou a marca em álbuns como “Autobahn” (1974), “Man-Machine” (1978) e “Tour de France” (2003).

Nas redes sociais, vários colegas lamentaram a morte do artista.

Os pioneiros da música eletrónica

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Os Kraftwerk são considerados um dos grupos pioneiros da música eletrónica, que desde o início dos anos 1970 usou sintetizadores, dispositivos para o tratamento da voz e dispositivos, entre outros recursos.

Fundado nos anos 1970, o grupo alemão destacou-se pelo uso inovador dos computadores na produção de música, tornando-se fonte de inspiração para várias gerações de músicos, em diversos géneros, desde o electro ao hip hop, do techno à synthpop.

O projeto multimédia Kraftwerk foi criado por Ralf Hutter e Florian Schneider. Os dois músicos, que se conheceram ainda estudantes no conservatório de Dusseldorf, na Alemanha, tinham começado a tocar juntos no grupo Organization, ainda antes de formarem os Kraftwerk.

Nessa altura abriram o Kling Klang Studio, onde criaram álbuns com textos curtos e concisos, sons sintéticos e ritmos mecanizados que serviram de base a uma sonoridade que ganhou expressão visual na imagem robótica com que a banda sempre se apresentou ao vivo.

Os Kraftwerk criaram desde o início concertos audiovisuais, alargando a sua influência para além do campo musical e estendendo-a à arte visual contemporânea, como uma expressão de um mundo dominado por máquinas e computadores.

Em 2014, os dois fundadores da banda foram galardoados com o Grammy Lifetime Achievement Award.

Nos últimos anos, os Kraftwerk – Ralf Hütter, Fritz Hilpert, Henning Schmitz, Falk Grieffenhagen - regressaram ao universo das artes visuais com uma primeira retrospetiva apresentada em 2012 no Museum Of Modern Art de Nova Iorque.

Seguiram-se apresentações de "The Catalogue – 1 2 3 4 5 6 7 8 9" em museus como o Kunstsammlung Nordrhein-westfalen de Dusseldórfia, o Tate Modern’s Turbine Hall de Londres, e em salas de concerto como o Akasaka Blitz, em Toquio, a Opera House, em Sidney, o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, a Neue Nationalgalerie, em Berlim, e a Louis Vuitton Fondation, em Paris.

O grupo esteve várias vezes em Portugal, as mais recentes das quais em 2015, no Coliseu de Lisboa e na Casa da Música, no Porto, e nos festivais Neopop, em Viana do Castelo, em 2017, e CoolJazz, em 2019, em Cascais.

Da formação inicial dos Kraftwerk faz parte apenas Ralf Hutter.