Durante a sua longa carreira, Hal Prince recebeu 21 Tonys, o principal prémio de teatro nos Estados Unidos.

Nascido em 1928 em Nova Iorque, de família judia de origem alemã, foi um dos poucos encenadores da Broadway que atravessou muitas épocas diferentes e sobreviveu à modernização do musical.

Prince, que dizia ter sido contagiado pelo teatro após ver Orson Welles em "César" aos oito anos, começou a carreira durante a era de ouro dos musicais, pelas mãos de outro nome importante dos palcos norte-americanos, George Abbott.

Contratado aos 20 anos como assistente de Abbott, que se tornaria seu mentor, Prince aproximou-se do palco até finalmente se envolver com a produção, apesar de ser um trabalho de que não gostava.

Em 1955, com apenas 27 anos, ganhou o Tony de melhor produtor, o seu primeiro prémio, por "The Pajama Game".

A seguir, veio uma impressionante série de sucessos, com "West Side Story" (1957) entre os principais, até se dedicar à encenação, a sua verdadeira paixão.

"Queria escrever", explicou numa entrevista ao site Broadway.com. "Mas não fui bom o suficiente, então o próximo passo era a encenação".

Estreou-se a encenar na Broadway com "She Loves Me" em 1963, antes de abordar, em 1966, aquele que se tornaria um dos musicais mais populares do teatro, "Cabaret".

O seu estilo era austero, com decorações minimalistas. Muitas vezes, gabava-se de ter produzido os seus primeiros espetáculos com orçamentos muito abaixo da média.

Prince passou pelos anos 1970 com o mesmo sucesso das duas décadas anteriores, particularmente graças a "Sweeney Todd" (1979), e depois soube adaptar-se às profundas transformações na Broadway nos anos seguintes.

Envenou ainda "O Fantasma da Ópera", escrito pelo britânico Andrew Lloyd Webber, que detém o recorde de permanência na Broadway: 31 anos e com mais de 13 mil espetáculos.