O galardão foi anunciado numa cerimónia realizada no Museu do Ar, em Pero Pinheiro, concelho de Sintra, pela APOM, com a presença de dezenas de profissionais do setor dos museus e museologia, nomeadamente a presidente do Conselho Internacional de Museus (ICOM, na sigla em inglês), Emma Nardi.

O principal prémio do palmarés com 25 categorias tinha também como finalista o Museu do Caramulo, no concelho de Tondela, distrito de Viseu, que recebeu uma menção honrosa, indicou a APOM.

O Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (MIAA) foi inaugurado a 8 de dezembro de 2021, ocupando parte significativa do antigo Convento de S. Domingos, naquela cidade, num edifício do século XVI.

Ali foram concentrados os acervos de arqueologia e arte do município de Abrantes e da Coleção Estrada, bem como a obra da pintora Maria Lucília Moita, que têm vindo a ser alvo de exposições.

Para a concretização do museu - que revisita culturas e civilizações através de artefactos e obras de arte da pré-História à atualidade - foi realizado um projeto de reabilitação do edifício pelo arquiteto João Luís Carrilho da Graça.

As exposições permanentes estão organizadas em oito núcleos: “Escultura Romana”, “Pré-História”, “Idades do Bronze e do Ferro”, “Antiguidade”, “Tesouro”, “Arte da Idade Média e Idade Moderna”, “Escultura da Idade Média e do Renascimento em Abrantes”, e “Pintura de Maria Lucília Moita” (1928-2011), artista que fixou residência em Abrantes, em 1954.

Além deste acervo, o MIAA contém a Coleção Estrada, com 1500 peças de arqueologia e arte, cedida à autarquia pelo colecionador João Estrada (1923-2018).

O projeto de museologia é de Luiz Oosterbeek e Fernando António Batista Pereira, concebido em parceria com o Serviço de Património e Museus do Município de Abrantes, segundo informação constante do sítio 'online' do MIAA.

Por seu turno, o Museu do Caramulo, que recebeu uma menção honrosa, foi inaugurado em 1959, e reúne uma coleção de objetos de arte constituída por mais de 500 peças de pintura, escultura, mobiliário, cerâmica e tapeçarias, sobretudo oriundas de doações.

Entre as obras da coleção conta-se o óleo sobre tela “Natureza Morta”, de Pablo Picasso, doado pelo próprio artista e que, durante anos, foi o único quadro do pintor catalão num museu português, “Cavaleiro romano na Ibéria” (1954), de Salvador Dali, e a tapeçaria “La Mare aux Étoiles” (1955), de Jean Lurçat.

De Picasso, o Museu do Caramulo, criado por Abel de Lacerda, na antiga estância sanatorial, possui também as cerâmicas “Mulher coruja” (1951), “Pássaro n.º 82” (1963) e “Cena de Toureiro” (1949), mais a faiança policromada “Mulher-garrafa” (1948).

O presidente da APOM, João Neto, indicou à agência Lusa que o júri, composto pelos membros dos órgãos sociais da associação, recebeu este ano cerca de 200 projetos candidatos aos prémios, provenientes de todo o país.

Sobre a justificação da escolha do MIAA para Museu do Ano, disse que esteve relacionada com "a junção entre o património cultural arqueológico e a requalificação de um edifício histórico, tornando-o um projeto de grande qualidade na área da recuperação territorial, que muito dignifica o país".

O Prémio Museu do Ano é uma das principais distinções atribuídas pela APOM, que distinguem, entre outras áreas, a melhor intervenção e restauro, melhor exposição, parceria, projeto internacional, coleção visitável, colecionador e investigação.

No ano passado, o prémio Museu do Ano foi para o Museu Municipal da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, e, em 2021, foi vencedora a Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, dedicada à vida e obra do poeta de "Chuva Oblíqua".

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