Agora, 30 anos depois, o jovem decidiu processar a banda por pornografia infantil e exploração sexual, confirmou a Pitchfork. No documento tornado público esta quarta-feira, dia 25 de agosto, Spencer Elden alega ter  sofrido "danos perpétuos", garantindo que os seus pais nunca assinaram nenhum contrato "a autorizar o uso da sua imagem ou semelhante", nem nenhum "a autorizar a comercialização de pornografia infantil".

"As imagens expõem partes íntimas do corpo de Spencer, demonstrando lascivamente os seus genitais desde que era uma criança até hoje", pode ler-se no documento, frisando que se tratou de "uma iniciativa de tráfico sexual", em que foi "forçado a participar em atos sexuais comercializados enquanto tinha menos de 18 anos".

Em tribunal, Elden pede uma indemnização de 150 mil dólares (cerca de 128 mil euros). Para já, a banda ainda não comentou o caso.

Em 2016, em conversa com o SAPO Mag, Spencer Elden revelou que foi parar à capa do disco "por acaso". "Foi tudo por acaso. O meu pai conhecia o fotógrafo [Kirk Weddle], que lhe perguntou se queria ganhar dinheiro atirando o filho para a piscina", revelou.

"Os Nirvana fazem parte da minha vida, não tenho escolha. O álbum ["Nevermind"] mexe com a minha cabeça. Mas nunca estive com ninguém da banda, desviei-me um pouco disso", contou.

Amante de arte urbana, Spencer explicou ao SAPO MAG que não tem qualquer ligação com a indústria, sendo apenas "um simples fã" de música. Mas, curiosamente, os Nirvana nem fazem parte da lista de bandas e artistas que o jovem ouve. Já The Clash, Black Flag, Bad Brains, Edith Piaf, Tupac, Burzum, The Ramones, Iggy Pop, Weezer, Black Sabbath, Kate Bush e Stevie Nicks nunca saem das playlists do jovem.

"É estranho fazer parte de uma imagem culturalmente icónica. Acho que qualquer um sentiria o mesmo", frisou ao SAPO Mag.