“Quando a Penumbra Vem”, que chega às livrarias no dia 5, compõe-se de treze histórias que têm como denominador comum a Morte, “convocando de modo magistral um certo humor negro — sarcástico e desencantado — e truques narrativos cinematográficos e policiais”, destaca a Tinta-da-China.

“Estes contos chamam à cena objetos e símbolos clássicos que entretecem uma espécie de estética do mal, conduzida por protagonistas infames que vivem presos no passado, devido à culpa, à vergonha ou ao remorso. Por vezes são colecionadores de arte, outras vezes são ladrões de ovelhas, ou assassinos a soldo, ou zés-ninguéns da pior estirpe. Todos estão condenados a um único desenlace, sem redenção possível nem lugar no paraíso”, acrescenta a editora.

Neste livro, o autor catalão põe em destaque os grandes fantasmas da humanidade e a consciência.

Jaume Cabré, de quem a editora já publicou “Sua senhoria”, “As vozes do rio Pamano” e “Eu confesso”, é considerado um dos mais importantes romancistas europeus da atualidade, tendo já sido galardoado com os prémios mais significativos da crítica espanhola.

No dia 12 chega uma “correspondência única e inédita que assinala os 150 anos do nascimento de Calouste Gulbenkian”, o livro “A Educação do Delfim. Cartas de Calouste Gulbenkian a seu neto”, numa edição trilingue, em português, inglês e francês.

Trocadas entre avô e neto, Mikaël Essayan, durante a Segunda Guerra Mundial, estas cartas “revelam uma dimensão muito mais pessoal do que é habitual”

A troca de correspondência publicada neste volume faz-se sobretudo entre Calouste Gulbenkian, que se encontrava em Lisboa, e o seu único neto, Mikaël Essayan, aluno de um colégio interno britânico, na década de 1940, em plena Segunda Guerra Mundial.

Os pais de Mikaël encontravam-se em Paris, na altura ocupada pelos nazis, e a comunicação direta com o filho era quase impossível, pelo que Gulbenkian se responsabilizou pela educação do neto, que fazia parte de uma minoria no seio da cultura britânica dominante e teve de enfrentar os desafios sociais e académicos dessa condição.

Além disso, teve de lidar com a ausência dos pais, com um tio manipulador e um avô que se preocupava profundamente com ele, mas que pretendia controlar todos os aspetos da sua vida, dando a entender que queria preparar Mikaël para se tornar seu sucessor nos negócios, herdeiro do nome da família e do seu legado.

“Estas cartas são porventura o melhor testemunho para compreendermos os valores, as ideias e as convicções mais profundas do 'Senhor 5%' [Calouste Gulbenkian], um homem de natureza eminentemente privada”, destaca a editora.

Além das decisões sobre assuntos importantes e mundanos da vida do seu “delfim”, estas cartas revelam o que significava para Gulbenkian uma “boa” educação, o que ele pensava acerca da identidade arménia, como acreditava que um “cavalheiro” se deveria comportar, ou o que era para si um presente de Natal adequado.

As cartas foram selecionadas por Martin Essayan, bisneto de Calouste Gulbenkian, e por João Vieira, diretor da Biblioteca de Arte e dos Arquivos da Fundação Calouste Gulbenkian, que apoia esta edição.

Mais perto do final do mês, chegam as reedições, em formato de bolso, de dois livros de Dulce Maria Cardoso que estavam quase esgotados, segundo afirma a Tinta-da-China: “Os Meus Sentimentos” e “Tudo São Histórias de Amor”.

“Os Meus Sentimentos”, publicado originalmente em 2005 e distinguido com o prémio da União Europeia para a Literatura, é uma história narrada na primeira pessoa, por uma personagem chamada Violeta, uma mulher gorda, algo disfuncional, desenquadrada da sociedade e dos padrões social e culturalmente aceites.

“Tudo São Histórias de Amor” reúne grande parte dos contos da autora publicados em revistas e jornais, alguns dos quais incluídos em antologias estrangeiras, tendo o conto “Anjos por Dentro” sido escolhido para a antologia “Best European Fiction 2012”, publicada pela prestigiada Dalkey Archive Press.