A peça, criada este ano pela cineasta, é o resultado de um convite do Atelier-Museu, na sequência da exposição “Formas que se tornam outras”, de Júlio Pomar, indicou a instituição, contactada pela agência Lusa.

Para a instalação, feita com projetores de slides, com som, Salomé Lamas usa imagens de arquivo, por vezes mostrando excertos de obras, segundo os curadores, Sara Antónia Matos e Pedro Faro.

Esta peça estabelece correspondências livres entre os escritos do pintor, Júlio Pomar, e o seu trabalho pictórico, concentrando-se principalmente nas explorações e preocupações em torno do corpo, da sexualidade e do erótico.

A obra que a cineasta realizou, perante o desafio que lhe foi lançado pelo museu, expõe os meandros de uma relação amorosa e os seus ciclos de encontros, paixões e conflitos, sob a forma de uma narrativa visual intrigante e experimental, em torno das imagens e do pensamento de Pomar.

Na nota de pesquisa que acompanha a instalação, Salomé Lamas desvenda o processo de trabalho, explicando a constituição da peça.

Na seleção de imagens não foram abrangidas encomendas de Pomar à exceção da colaboração com Maria Velho da Costa, em "Corpo Verde", e do mural concebido para o Cinema Batalha, no Porto.

Em forma de pequeno apontamento, foram incluídos um desenho de infância do pintor e, no extremo oposto, uma das caveiras de Pomar.

A obra literária, à exceção dos textos referentes a "Corpo Verde", é da autoria de Júlio Pomar.

Além dos seus escritos, foram usados excertos de entrevistas publicadas em jornais e transcrições de entrevistas televisivas.

"A obra pictórica foi escolhida de acordo com o tema do trabalho, podendo dizer-se que, em Júlio Pomar, o corpo é inicialmente um corpo de trabalho, social e político, mais tarde um corpo erótico e, depois, um corpo mítico, maravilhoso", segundo um texto dos curadores.

Em 2014, o Atelier-Museu Júlio Pomar deu início a uma perspetiva vinda do cinema, a qual envolve realização de obras de cineastas, que no seu percurso se têm cruzado e relacionado com produção das artes plásticas.

Salomé Lamas, nascida em Lisboa, estudou cinema em Lisboa e Praga, artes visuais em Amesterdão e é doutoranda em arte contemporânea, pela Universidade de Coimbra.

O seu trabalho tem sido exibido em contextos artísticos e em festivais de cinema, como Berlinale, Museu de Arte Rainha Sofia, Museu do Chiado, DocLisboa, Cinema du Réel, MoMA – Museum of Modern Art e Museu Guggenheim Bilbao.

"O corpo, a sexualidade e o erótico na obra de Júlio Pomar" é inaugurada na quinta-feira, às 18:00, tem curadoria de Sara Antónia Matos e Pedro Faro, e ficará patente até 27 de outubro.

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