Os votos de pesar apresentados pelas bancadas do PSD, PS e JPP merecerem o apoio de todos os deputados e vão ser votados no plenário de quinta-feira do parlamento madeirense.

A artista plástica madeirense Lourdes Castro morreu no sábado, aos 91 anos, no Funchal.

“Lourdes Castro não morreu, partiu apenas”, afirmou o deputado social-democrata Adolfo Brazão, acrescentando que esta “deixa um rasto de admiração”, prestando homenagem “a uma figura incontornável da cultura”.

Por seu turno, a deputada socialista Elisa Seixas falou do percurso da artista, afirmando: “Lourdes Castro é nossa”.

Rafael Nunes, do JPP, falou da artista como “uma das mais distintas portuguesas”, a qual “deixou a 8 de janeiro em luto todo o país”, vincando que “as sombras fazem parte da magia da sua obra”.

Também a deputada do CDS-PP Ana Cristina Monteiro destacou que Lourdes Castro “deixa uma marca inconfundível” e a sua morte “é uma perda para a Madeira e o país”.

O deputado único do PCP Ricardo Lume considerou que “a cultura madeirense, nacional e internacional estão de luto com a partida de uma das maiores artistas plásticas a nível europeu”.

“Marcou decididamente as artes plásticas e a sua morte é uma perda cultural incomparável”, enfatizou.

Lourdes Castro nasceu a 9 de dezembro de 1930, no Funchal, Madeira, onde se fixou em permanência em 1983, depois de ter vivido em Lisboa, onde se formou em Pintura (1956), em Munique e Paris.

Na capital francesa, fundou a revista KWY (1958-1963), com René Bertholo, que congregou os artistas Jan Voss, Christo Javacheff, Costa Pinheiro, Gonçalo Duarte, José Escada e João Vieira.

Está representada em coleções nacionais e estrangeiras, públicas e privadas, destacando-se as do Victoria and Albert Museum, em Londres, do Museu de Arte Contemporânea de Belgrado, da Fundação de Serralves e da Fundação Gulbenkian, que fizeram retrospetivas da sua obra, e a Coleção de Arte Contemporânea do Estado.

Em 2020, o Ministério da Cultura atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural.

Em junho passado, foi condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.