
As propostas foram apresentadas pelos grupos municipais Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido e do PS, tendo sido subscritas por todos os partidos com representação na Assembleia Municipal - PAN, Bloco de Esquerda, CDU e PSD.
"Na impossibilidade de discursarmos à sua altura, curvamo-nos respeitosamente e evocamos a mestria, o engenho, o génio, a originalidade e a finura da sua ímpar qualidade literária, que lhe assegurou uma arquitetura discursiva prenhe de personagens com um intrínseco e coeso contorno psicológico", lê-se na moção de pesar apresentada pelo grupo o Nosso Partido.
Aquele grupo municipal salienta que a escritora deixa "uma enormíssima obra", sobre a qual as "palavras serão sempre redutoras" e cuja memória perdurará no tempo.
Já o PS destaca o "intelecto mordaz” de Agustina “e a sombra que o seu talento lançou sobre talentos menores" que, não raras vezes, "fê-la alvo do preconceito".
Na hora da despedida, "impõe-se poupar a sua memória ao panegírico extasiado e soprar dela a fumaça da idolatria, que Agustina certamente desdenharia, bem consciente do seu fulgor e valor únicos numa época superlotada de génios de circunstância", acrescenta a proposta do PS.
Agustina Bessa-Luís nasceu em 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante.
A escritora, que se estreou nas Letras com o romance "Mundo Fechado", em 1948, destacou-se em 1954, com a publicação de "A Sibila", obra que lhe valeu os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz.
Agustina recebeu também, por duas vezes, o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores, a primeira, em 1983, pela obra "Os Meninos de Ouro", e, depois, em 2001, por "O Princípio da Incerteza I - Joia de Família".
A escritora foi distinguida pela totalidade da sua obra com o Prémio Adelaide Ristori, do Centro Cultural Italiano de Roma, em 1975, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2015. Em 2004 recebeu o Prémio Camões e o Prémio Vergílio Ferreira.
Foi condecorada como Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, de Portugal, em 1981, elevada a Grã-Cruz em 2006, e com o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, de França, em 1989, tendo recebido a Medalha de Honra da Cidade do Porto, em 1988.
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