Estas aquisições da Gulbenkian, em novas obras de pintura, desenho, fotografia, escultura, filmes e serigrafia, foram feitas no quadro da sua estratégia anual para o CAM, tendo representado um investimento de meio milhão de euros em 2021, avança, em comunicado.

Além de consagrados como António Costa Pinheiro e Jorge Pinheiro, a Fundação também adquiriu obras de artistas pouco representados na coleção, e cujo núcleo foi agora reforçado, como Augusto Alves da Silva, Fernanda Fragateiro e Jorge Queiroz, e ainda obras de jovens artistas, como Jaime Welsh e Fernão Cruz.

Um dos critérios da estratégia de aquisições – explicita a Fundação - teve em linha de conta a relevância das obras e dos artistas, e também os pontos de encontro com a coleção, enquanto alguns destes trabalhos completam séries já incorporadas, como é o caso da série "Illusions", da artista multidisciplinar Grada Kilomba.

Outro dos critérios, consistiu na aposta em obras que marcaram presença em exposições na Fundação Calouste Gulbenkian, em que também se insere Grada Kilomba, novamente, assim como Patrícia Garrido, Inês Botelho e Maria Capelo, que participaram na mostra "Tudo o que eu quero. Artistas portuguesas de 1900 a 2020", realizada este ano no âmbito do programa cultural da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, e que será apresentada em Tours, em março do próximo ano, no quadro da programação da Temporada Cruzada entre Portugal e França 2022.

Fernão Cruz é também um dos artistas expostos na Gulbenkian, com a mostra "Morder o Pó", que continua patente até 17 de janeiro de 2022.

O reforço do núcleo de obras de Jorge Queiroz, segundo a Gulbenkian, teve igualmente em consideração a exposição que será apresentada em julho de 2022, e que reúne obras do artista e de Arshile Gorky (1904-1948), autor norte-americano de origem arménia, já representado na Coleção do CAM, que a história da arte identifica como precursor do expressionismo abstrato nos Estados Unidos, no pós-II Guerra Mundial.

Foram também adquiridas obras de artistas estrangeiros, nomeadamente, dois vídeos da holandesa Manon de Boer, um dos quais apresentado na exposição "Downtime/Tempo de Respiração", realizada em 2020, na Fundação Gulbenkian, e uma série de gravuras da artista canadiana, a viver em Lisboa, Renée Gagnon.

Neste conjunto de novas aquisições, que contemplam diferentes suportes como pintura, desenho, serigrafia, fotografia, escultura e vídeo, contam-se também trabalhos de Victor Pires Vieira e Gabriel Abrantes.

Atualmente, a Coleção do CAM reúne cerca de 11.800 obras de arte moderna e contemporânea, com enfoque na arte portuguesa, mas com pontuações significativas ao nível da arte internacional.

As aquisições anuais, que nos últimos anos tem rondado os 500 mil euros, "são realizadas com o propósito de enriquecer a Coleção [do CAM], reforçar a sua importância e relevância e promover novas leituras e perspetivas do acervo", sublinha a Fundação Calouste Gulbenkian.

Acrescenta ainda que, apesar de o CAM se manter encerrado durante o próximo ano para obras de renovação, "continuará a sua política anual de aquisições de obras de arte moderna e contemporânea para a sua coleção".