Outra efeméride que a OML vai assinalar na programação, em parceria com Festival Estoril Lisboa, tem a ver com os 500 anos da morte do rei D. Manuel I, com um concerto no dia 16 de dezembro, na igreja de S. Domingos, em Lisboa, no qual participa o Officium Ensemble. Neste concerto será escutado o mais antigo Requiem conhecido, de Johannes Ockeghem, e estreada a a obra de de Nuno Côrte-Real, "Magnificat Manuelino", encomendada pelo festival.

Para a orquestra, é também tempo de celebrar os seus 30 anos de vida, que se assume agora como "um dos mais empreendedores e influentes no atual panorama da música nacional". Para trás ficam as "dores de crescimento'", garante, enquanto lembra os "sucessos" alcançados" e os "os propósitos" na sua origem: a "articulação entre o ensino e a prática profissional da música, entre a música de câmara e o grande repertório sinfónico, a afetação de um público com alcance metropolitano e internacional". Este ano a Metropolitana atua na Polónia, mas a orquestra já realizou digressões a Cabo Verde e à China.

"A Metropolitana trouxe uma lufada de ar fresco à música de tradição clássica no nosso país. Fazem hoje parte da sua 'família' três gerações de instrumentistas e maestros, entre nomes consagrados e promessas seguras", atesta.

A nova temporada encontra-se alinhada em cinco eixos: "Bach/Schubert", "Ecos do Mundo", "Páginas Sinfónicas", "Causas em Família" e "Música de Câmara". Os palcos passam a ser sobretudo a Aula Magna da Universidade de Lisboa, a Academia das Ciências de Lisboa (ACL), o antigo Picadeiro Real, em Belém, e o Centro Cultural de Belém (CCB), em vez do Teatro Thalia e do Museu Nacional de Arte Antiga.

Os pianistas Pedro Burmester e Mário Laginha protagonizam o concerto inaugural, no próximo dia 10 de setembro, na Aula Magna, que prevê a interpretação do Concerto para Dois Pianos, de Laginha, a par da 3.ª Sinfonia, "Eroica", de Beethoven.

O aniversário da Metropolitana é celebrado a 10 de julho do próximo ano, no CCB, com a estreia de Concerto para Violino e Orquestra, encomendado a Sérgio Azevedo, num programa que inclui "Dumbarton Oaks", de Stravinsky, e a 1.ª Sinfonia, "Clássica", de Prokofiev.

No ciclo "Bach/Schubert", a OML destaca "a exuberância dos 'Concertos Brandeburgueses'", de Johann Sebastian Bach, que se estendem pela programação, "estabelecendo diálogos imaginários com cada uma das seis extraordinárias sinfonias que Franz Schubert".

Entre um compositor e o outro, interpõem-se "estilos contrastantes", como o som do acordeão de João Barradas, as percussões e o oboé em obras de Olivier Cuendet e Bohuslav Martinu, o barroco de António Pereira da Costa e o neobarroco de Alfred Schnittke.

Destaca-se, ainda, no último dos seis programas, a proposta de António Pinho Vargas para 'preencher' a suposta lacuna do andamento central do Concerto Brandeburguês N.º 3, uma composição que foi estreada pela OML em 2009.

Deste ciclo fazem parte, entre outros, os concertos de 05 de dezembro, no CCB, com o maestro Fritz Hsauser com o percussionista Olivier Cuendet, como solista, e "Um Concerto Olímpico", de 14 de janeiro, na ACL, com o oboísta Lucas Macías Navarro, e o "Mistério Funchal", de 11 de fevereiro, também na ACL, com o maestro Paul Daniel.

O ciclo "Ecos do Mundo" "revisita Beethoven, Schubert, Ravel, Stravinsky, Prokofiev e Dvorák com outros ouvidos, lado a lado com música de compositores menos canónicos, entre eles polacos, chineses, franceses, ingleses e portugueses. Música de distintos passados e distintos presentes", adianta a orquestra.

Assim acontece a 30 de outubro, no Picadeiro Real do Museu dos Coches, com o maestro titular, Pedro Neves, e os solistas Nuno Silva (clarinete) e Piotr Salajczyk (piano), que conjugam obras dos compositores polacos Karol Kurpinski (1785-1857) e Franciszek Mirecki (1791-1862), do português Luís Freitas Branco, e de Franz Schubert.

A OML apresentará este programa no Auditório da Filarmónica de Cracóvia, no âmbito da sua digressão à Polónia, nos dias 24 e 25 de outubro.

Neste ciclo participam o pianista Bruno Belthoise, a soprano Raquiel Camarinha, o violoncelista Jiang Hong e o maestro Sebastian Perlowski.

"O Ciclo 'Páginas Sinfónicas' percorre quatro criações monumentais assinadas por grandes figuras da História da Música": a última sinfonia de Anton Bruckner e "A Canção da Terra" de Gustav Mahler, que estão "na mais depurada confluência entre romantismo e modernidade"; a Sinfonia "Novo Mundo" e o seu "entusiasmo", e "o fascínio" d'"A Sagração da Primavera", de Stravinsky.

O primeiro concerto deste ciclo é dirigido pelo argentino Emilio Poomàrico, no dia 12 de dezembro, na Aula Nagna.

O ciclo "Páginas Sinfónicas" conta ainda com as participações do pianista Antonio Rosado, da contralto Catia Moreso, e dos maestros Adrian Leaper e Frédèric Chaslin.

O programa "Causas em Família" visa alertar para questões como a igualdade de género, educação, direitos humanos, ambiente e clima e paz. Será encenado por João Reis e conta com a apresentadora Catarina Furtado.

O maestro Pedro Neves dirige a orquestra, no concerto que assinala a abertura do ano do centenário de nascimento de José Saramago (1922-2010), no dia 16 de novembro, no Teatro S. Luiz.

Foi escolhida a obra "As Sete Últimas Palavras de Jesus Cristona Cruz", de Joseph Haydn, num concerto que inclui palavras do autor de "Levantado do Chão".

"Música e Ciência", concertos de Natal e de Ano Novo, com repertório oitocentista vienense, de Carnaval e de Páscoa também estão no programa.

Em janeiro, sob a direção de Pedro Neves, a OML levará ao CCB, a ópera em dois atos "Orphé", de Philip Glass, com a soprano Carla Caramujo, e o barítono André Baleiro.