Ambos os artistas, cujos álbuns mais recentes lhes valeram Grammys, apresentaram-se no final do primeiro fim de semana do prestigiado festival de música no deserto californiano.

Lamar foi elogiado como uma voz artística do movimento Black Lives Matter, mas o rapper levou uma inesperada viragem temática até Coachella, entrando no palco com uma bola de fogo e convidando o público a descobrir "a lenda de Kung Fu Kenny".

O personagem faz parte das letras do seu último disco, "Damn.", que foi lançado na sexta-feira. A multidão do Coachella aprendeu mais sobre Kung Fu Kenny através de um vídeo que mostrou Lamar como um herói de ação.

Lamar rodeou-se de imagens exóticas asiáticas, dançou com uma espada e fechou a apresentação com a palavra "Fim" em caracteres chineses a brilhar em ecrãs gigantes.

Independentemente do kung fu, o rapper não renunciou à militância política, tendo aberto tanto o seu concerto como o seu álbum com um excerto do canal de notícias conservador Fox News no qual "Alright", a sua canção que denuncia a brutalidade policial, é criticada.

Lamar também apresentou "XXX.", uma canção do novo álbum que toca com o guitarrista do U2 e onde lamenta a violência de rua que acabou com a vida de muitos negros, e encerrou o concerto com outro lançamento, a balada "Love".

O regresso de Lorde

2017 Coachella Valley Music And Arts Festival - Weekend 1 - Day 3

Lorde, que não atuava há mais de dois anos, exceto num pequeno espetáculo prévio ao Coachella numa cidade próxima, regressou com uma cativante peça de teatro musical que encena uma noite de deambulação pela cidade.

Após substituir no palco a britânica Kate Bush, a neo-zelandesa de 20 anos olhou fixamente para o céu e, de seguida, começou a dançar como numa espécie de transe.

Lorde transformou-se numa sensação adolescente com a canção "Royals", e está perto de lançar o seu segundo álbum, "Melodrama", em junho.

O álbum trata de "todos os altos e baixos de ter vinte e poucos anos, e especificamente de todos os altos e baixos de uma noite", disse Lorde ao público no festival, onde apresentou algumas das novas canções.

Convidados especiais

Como já é habitual, Coachella guardava algumas surpresas.

O compositor alemão de bandas sonoras para o cinema Hans Zimmer cativou o público com um recital de piano das suas partituras para filmes como "Piratas das Caraíbas" e "O Rei Leão".

Também se destacaram no domingo as atuações de Future Islands, um grupo indie americano de synthpop, e de Hinds, uma banda feminina de pop indie de Madrid.