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No texto do voto de pesar apresentado pelo PS e aprovado por unanimidade, sublinha-se que “foi um empenhado defensor da necessidade de ‘destruir a barreira entre o público e o artista’ e de ‘informalizar os concertos’, procurando alargar a fruição a novos públicos e cativar as gerações mais novas”.
José Atalaya morreu na passada sexta-feira, em Lisboa, aos 93 anos, e a sua morte foi divulgada pela família na segunda-feira.
Nasceu em Lisboa, a 8 de dezembro de 1927, e era aluno do Instituto Superior Técnico quando, aos 19 anos, impressionado com o compositor Joly Braga Santos (1924-1988), para o qual o pai lhe chamara a atenção, decidiu dedicar-se à escrita musical.

Ingressou, em 1951, como assistente musical, na antiga Emissora Nacional, onde iniciou um percurso de divulgação que se estendeu à RTP e a diferentes palcos nacionais, através de programas como "Quinzenário Musical" e "Semanário Musical", que manteve durante mais de 15 anos e que, em 1971, em entrevista, considerou um dos seus trabalhos "mais apaixonantes".
Discípulo de compositores como Luís de Freitas Branco (1890-1950) e Braga Santos, José Atalaya defendia a necessidade de "destruir a barreira entre o público e o artista", e de "informalizar os concertos" de música erudita, sugerindo que deviam ser assistidos "em mangas de camisa", numa inspiração próxima aos célebres "Concertos para Jovens", do maestro e compositor norte-americano Leonard Bernstein.
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