A partitura é um original do compositor Armando Leça (1891-1977), propositadamente escrita para o filme, e foi reconstituída por uma equipa de musicólogos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, divulgou hoje a Cinemateca em comunicado.

A interpretação da partitura visa também assinalar o Dia Mundial do Património Audiovisual, que se comemora no dia seguinte, em 27 de outubro, aniversário da “Recomendação para a Salvaguarda do Património Audiovisual” da UNESCO.

“A Rosa do Adro”, filme realizado por Georges Pallu, é uma adaptação do romance homónimo de Manuel Maria Rodrigues e conta a história de um triângulo amoroso no Portugal rural do século XIX.

Além deste, também os filmes “Os Fidalgos da Casa Mourisca” (1920) e “Amor de Perdição” (1921) contaram com partituras originais de Armando Leça, as quais serão igualmente interpretadas ao vivo por solistas da Orquestra Metropolitana de Lisboa, nos centenários dos respetivos títulos, em 2020 e 2021.

Segundo explica a Cinemateca, a reconstituição da partitura foi feita a partir da única fonte localizada, uma cópia manuscrita realizada em 1919 por José Gomes da Silva, músico da banda da GNR, e que se encontra conservada no arquivo de música escrita da RDP.

A partitura corresponde à versão original de "A Rosa do Adro", que contava com cerca de 2.000 metros de filme, tendo sido depois transcrita e editada para se adaptar à única cópia existente do filme, que é mais curta (1.728 metros).

O trabalho de digitalização do filme, reconstituição da partitura e sua interpretação ao vivo é o resultado de uma parceria institucional entre a Cinemateca, o Instituto de Etnomusicologia – Centro de Música e Dança da NOVA FCSH e a Orquestra Metropolitana de Lisboa.