A título póstumo também, foi atribuída a Medalha de Mérito Cultural ao cartoonista e pintor Mário Miranda, falecido em dezembro último.

A medalha de mérito cultural é a maior distinção atribuída pelo Ministério da Cultura do Governo português e destina-se a personalidades que tenham dedicado a sua vida às causas da cultura.

Além de Paulo Varela Gomes e de Mário Miranda, foi também publicada, na folha oficial, a atribuição da Medalha de Mérito Cultural à galerista Juana de Aizpuru, ao tenor Fernando Serafim e à pianista Helena Matos - estes dois últimos receberam já a distinção em janeiro último, numa cerimónia realizada na sala D. Luís do Palácio da Ajuda, em Lisboa.

Crítico, historiador de arquitetura e professor universitário, Paulo Varela Gomes morreu em Podentes, no concelho de Penela, em 30 de abril de 2016, vítima de cancro, que lhe fora diagnosticado quatro anos antes.

Nascido em 1952, Paulo Varela Gomes licenciou-se em História, fez o mestrado em História da Arte e doutorou-se em História da Arquitetura, tendo sido professor da Universidade de Coimbra, onde deu a última aula em dezembro de 2012, intitulada “Do sublime em arquitetura”.

Varela Gomes foi representante da Fundação Oriente em Goa, de 1996 a 1998 e, mais tarde, entre 2007 e 2009. Na folha oficial é destacado o seu contributo “para o estreitamento das relações culturais efetivas entre Portugal e a República da Índia, e por ocasião da visita oficial do primeiro-ministro António Costa à República da Índia em janeiro de 2017”.

Também a título póstumo foi atribuída a Medalha de Mérito Cultural a Mário Miranda, nascido em Damão (ex-Estado Português da Índia), em maio de 1926, e falecido em Goa, na Índia, em dezembro do ano passado.

Na folha oficial também é referido o seu “notável contributo para a divulgação das artes plásticas a título internacional, ao longo de mais de cinquenta anos, e por ocasião da visita oficial do primeiro-ministro António Costa à República da Índia”.

Mário Miranda foi cartoonista em vários jornais, designadamente no The Times of India, The Economic Times e no The Illustrated Weekly of India.

A espanhola Juana de Aizpuru, galerista e crítica de arte, é a responsável pela realização da primeira Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madrid (ARCOMadrid), em 1982, possui um “vasto percurso no mercado da arte a nível internacional”, e, como assinala o Diário da República, é também uma “grande divulgadora da arte contemporânea portuguesa em Espanha, e responsável pelo estreitamento das relações culturais entre os dois países”.

A medalha foi entregue à galerista "por ocasião da realização da Feira ARCOMadrid 2017".

Em janeiro, por ocasião da entrega da Medalha de Mérito Cultural à pianista Helena Matos, em comunicado, o Ministério da Cultura referiu que a intérprete “dedicou toda a sua vida à Música, tendo entrado no Conservatório Nacional com apenas onze anos". "Participou em inúmeros concertos no país e no estrangeiro, tendo tocado com outros artistas de referência, como Jack Glattzer, Christa Rupper, Leonor Prado, Lídia de Carvalho, Vasco Barbosa, Madalena Sá e Costa e Fernando Serafim”.

Aos 97 anos, Helena Matos "acaba de gravar um CD intitulado 'Entrega', trabalho que realizou com o tenor Fernando Serafim", sublinhava a mesma nota.

O tenor Fernando Serafim, de 83 anos, “tem uma longa vida dedicada à música, tendo participado em inúmeros concertos, interpretando obras de autores portugueses e estrangeiros de reconhecido mérito”, referia a mesma nota em janeiro último.

“O seu papel como intérprete é vastíssimo. Editou vários discos, foi membro fundador de vários agrupamentos musicais, como o Grupo de Música Antiga de Lisboa e os Segréis de Lisboa, traduziu várias óperas e foi professor de canto no Conservatório de Música de Tomar, na Escola de Música de Santarém e na Juventude Musical Portuguesa”, assinalava a nota ministerial.

Fernando Serafim estreou várias peças que lhe foram dedicadas por compositores como Fernando Lopes-Graça, Jorge Peixinho e Cândido Lima. Na ópera participou, entre outras, nas estreias de "A Trilogia das Barcas", de Joly Braga Santos, e de "Em Nome da Paz", de Álvaro Cassuto.