Um espetáculo que tenta desconstruir a figura de Camões é o objetivo da peça “Somos todos Camões”, que o Teatro Ibérico estreia na sua sala, em Lisboa, em 4 de dezembro.

Direcionada para crianças, jovens e famílias, a peça teve por base o livro “As aventuras do Trinca Fortes”, de Adolfo Simões Müller (1909-1989), uma pequena história sobre Camões e o seu poema a que João Garcia Miguel, diretor do Teatro Ibérico juntou várias biografias e ensaios de outros escritores para escrever um texto original, disse à agência Lusa Rita Costa, da companhia.

“´Somos todos Camões` acaba por ser também um bocadinho esta procura de um poema, de uma nova humanidade, de um novo país de futuro de que Camões nos falava muito”, acrescentou.

O espetáculo pretende falar apenas não apenas da epopeia que eternizou Luís de Camões, mas também de como contou a história de Portugal e dos portugueses, observou.

Apesar de ser um espetáculo para todas idades, foi sobretudo a pensar nas crianças e nos jovens, já que Camões é um dos autores que fazem parte do Plano Nacional de Leitura, e é um autor que nem sempre é encarado com grado por parte dos mais jovens, referiu.

“Tentar aproximar Camões de uma figura como nós, um homem mundano, de carne e osso e de alguma forma desmistificar a ideia que existe à volta do autor” é outro dos objetivos do espetáculo.

Até porque “a poesia de Camões ainda faz muita falta”, observou Rita Costa.

Em palco vai estar a atriz Beatriz Gonçalves a contar histórias e o músico Ricardo Martins para criarem jogos entre si e o público no sentido de juntos criarem uma narrativa para contar as aventuras de Camões, acrescentou.

“O concílio dos deuses e outras histórias que não estão apenas na literatura de Camões, mas também no imaginário dos portugueses” serão outro dos focos do espetáculo.

A peça estará em cena, no Teatro Ibérico, dias 4, 5, 11 e 12 de dezembro, sendo que a última sessão contará também com uma transmissão em livestreaming.