A poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen e o seu “fascínio pelo mar” vão ‘dialogar’ com obras artísticas da Coleção da Caixa Geral de Depósitos, numa exposição em Sines, a inaugurar no sábado, foi hoje divulgado.

A mostra, intitulada "Thalassa! Thalassa! O Mar e o Mediterrâneo na Obra de Sophia de Mello Breyner Andresen", vai poder ser visitada no Centro de Artes de Sines (CAS), no distrito de Setúbal, entre a próxima segunda-feira e 15 de outubro.

A iniciativa, que é inaugurada às 17h00 deste sábado, resulta de uma parceria entre a Câmara de Sines, a Culturgest - Fundação Caixa Geral de Depósitos e o Panteão Nacional.

Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, o município explicou que a exposição, com curadoria de Isabel Inácio e de Santiago Macias, é inspirada pelo “fascínio de Sophia pelo mar”.

“Poeta maior da Língua Portuguesa, Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) passou grande parte da sua infância junto ao mar na Praia da Granja, o que terá influenciado muito a sua obra poética”, realçou o município.

Esta exposição em Sines, continuou, “põe em diálogo 30 obras da Coleção da Caixa Geral de Depósitos com as palavras da escritora”.

Trata-se de “um jogo de espelhos entre as obras de nomes como Júlio Pomar, Vieira da Silva, Manuel Cargaleiro, Menez, Julião Sarmento, João Hogan, Paulo Nozolino, José M. Rodrigues ou António Ole e cerca de 25 poemas” da escritora, que são apresentados “numa tradução para o grego”, resumiu a organização.

Segundo as entidades promotoras, "thalassa! thalassa!”, ou seja “o mar! o mar!”, foram “as palavras com que os soldados gregos comandados por Xenofonte saudaram a visão do mar no Ponto Euxino, no ano 401 antes de Cristo (a.C.)”, o que significa que “já não estavam muito longe da Grécia e do regresso ao lar”.

“A invocação do mar, a cultura helénica, o azul, a cor e a luz do Mediterrâneo são, por isso, a pedra de toque desta exposição”, sendo igualmente “temas sempre presentes na poesia de Sophia”, disseram os promotores.

“O mar é sempre a presença de uma matéria primordial geradora de imagens de assombro ou de inquietação”, escreveu Maria Andresen, no catálogo da exposição, citado pela Câmara de Sines.

De acordo com o município alentejano, “a associação de obras de arte contemporânea da Coleção da Caixa Geral de Depósitos às palavras de Sophia é a ligação ideal entre diferentes formas poéticas de ver e de sentir o mundo”.