“O que criámos o ano passado foi fantástico, mas o ‘feedback’ que recebi foi que havia uma necessidade maior”, disse à Lusa Anna Guun, organizadora do festival, que inicialmente pensou que ia atrair apenas “fotógrafos profissionais, mas acabaram por não ser os únicos” a participar o ano passado.

Conforme explicou, as cerca de 200 pessoas presentes em 2017 eram também ‘bloggers’, criadores de conteúdo e fotógrafos amadores, algo que a deixou “verdadeiramente impressionada”, porque “todos os níveis de fotógrafos encontraram algo útil”.

“De certa forma, não mudámos o critério dos instrutores que vêm cá. Têm de ser fotógrafos e educadores de classe mundial, porque esses são os critérios que queremos no festival”, indicou sobre a edição deste ano, que conta com artistas como João Carlos, Sara Lando, David Nightingale, a ‘food stylist’ Sílvia Bifaro e David Angel, vencedor de um Emmy, além de uma apresentação de Charles O’Rear, “cuja fotografia Bliss é a imagem mais vista do mundo”.

O objetivo, segundo Anna Gunn, é que “toda a gente possa aprender algo”, daí a aposta em ‘workshops’ de graduação de cor para Instagram ou ‘foodstyling’, exemplificou, esperançada de alcançar os 400 participantes este ano, com eventos livres e pagos, sendo que as inscrições estão a encher “muito rápido”.

“Nós criámos algo aqui para que toda a gente possa aprender. Se forem profissionais, temos os melhores do mundo a vir cá e eles vão ensinar. Se for amador, temos fotógrafos que são os melhores no mundo, com quem é melhor aprender?”, disse.

Um dos destaques deste ano é a exposição no Centro Português de Fotografia, intitulada “womenSEEwomen”, a decorrer de 27 de setembro a 4 de novembro, uma colaboração com um festival que está a ser criado em França, chamado Photos de Femmes, “criado por e para mulheres, sobre mulheres na fotografia, e para produzir trabalhos que retratem as mulheres de uma forma positiva”.

“É absolutamente crucial depois da campanha #metoo, e das conversas sobre as mulheres na arte e na vida em geral. É verdadeiramente importante que o foco dessas conversas continue de uma maneira positiva. É isso que queremos com esta exibição composta por 10 fotógrafas, algumas da National Geographic, todas elas de imensa qualidade, curada pela fotógrafa Renée Jacobs”, contou, acrescentando que algumas dessas artistas vêm ao Porto falar sobre o trabalho.

A britânica confessou-se “ansiosa por conhecer os participantes”, porque as “conversas começaram aí e depois continuaram ao longo do ano”.

“O que estou mais entusiasmada é mesmo conhecer os participantes, os fotógrafos profissionais que vêm ao festival para aprender, para conhecer os outros e para receber a criatividade que dali advém. Porque as conversas começam no festival e duram depois do festival. Mantenho contacto com vários participantes que vieram o ano passado, alguns começaram novas carreiras, outros têm atravessado o mundo…”, declarou.

A criação do festival surgiu “por frustração”, porque os artistas “iam aos Estados Unidos da América ou ao Reino Unido e ensinavam em todos os lugares do mundo, mas não vinham ao Porto”, revelando que o festival vai continuar no próximo ano, estando já organizado “um programa fantástico”.

“A ideia de criar o Porto Photo Fest não era que fosse um evento único, mas sim um evento anual, para destacar os criadores e o Porto e também para se sentirem validados, atraindo a presença de artistas internacionais que antes não vinham cá. Portanto isto não é algo que queira que aconteça uma vez, mas sim anualmente. E, esperançosamente, que dure ainda muito depois da fase do turismo e que se torne algo sustentável no Porto”, concluiu.

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