Intervindo na terça-feira na sessão de apresentação da edição 2019 do RFM Somnii, que decorre entre 5 e 7 de julho, Marco Azevedo, da Sociedade Lusa de Espetáculos (SLE), empresa do grupo Braver, produtora executiva do festival, frisou o "grande investimento" que os promotores estão a fazer, pela primeira vez, "para atrair clientes internacionais que gastam muito dinheiro -- num dia gastam dezenas de milhares de euros --", e conta também levar à cidade do litoral do distrito de Coimbra "muita imprensa estrangeira e muitas celebridades estrangeiras".

"Todas estas celebridades e jornalistas, num contexto do esforço que estamos a fazer de comunicação internacional, vão fazer com que a Figueira da Foz, no decurso dos próximos quatro anos, seja forçada a adaptar-se", observou Marco Azevedo.

"Vamos ter de assistir, aqui na Figueira da Foz, a uma revolução na forma como se prestam serviços. Porque na Figueira da Foz não há um hotel de cinco estrelas, os restaurantes não prestam um serviço tão bom quanto aquele que poderão prestar, na minha opinião. Eu não estou a dizer que prestam um mau serviço, estou a dizer que temos de melhorar coisas na Figueira da Foz para nos adaptarmos ao futuro, que, na nossa perspetiva, é mais aproximado ao que é Cannes ou Ibiza do que a qualquer outra cidade em Portugal", afirmou.

Questionado pela Lusa sobre se se revia nas afirmações do promotor do festival, nomeadamente sobre o serviço prestado pelos restaurantes, o presidente da Câmara Municipal, Carlos Monteiro, disse que a autarquia tem "tido a preocupação desde sempre em aumentar a qualidade do serviço", embora enfatizando que essa função cabe aos próprios restaurantes.

"E não acredito que hoje nenhum restaurante considere que esteja satisfeito sem estar preocupado em melhorar. Ainda não atingimos a perfeição, mas andamos preocupados em ter uma melhoria contínua", acrescentou o autarca.

Marco Azevedo foi ainda confrontado com afirmações anteriores, em que argumentava que o festival não necessita do apoio do Turismo Centro de Portugal (TCP) - entidade que financia com 50 mil euros, a que se juntam 160 mil euros mais apoio logístico da autarquia da Figueira da Foz para o evento e outro paralelo, intitulado Cidade Festival - e reiterou-as.

"Para fazermos o RFM Somnii não precisamos do Turismo Centro de Portugal e não precisamos de ninguém, a não ser do município da Figueira da Foz, esta é a realidade pura e dura. No entanto, estou a ser objetivo, esta afirmação é dita com a mesma entoação com que eu diria que precisamos é de estar vivos", alegou o promotor de espetáculos.

Lembrou que o apoio da entidade regional de turismo "tem sido dado desde o início" e é "muito importante", não apenas pelo financiamento em si mas também no objetivo de trazer turistas para a Figueira da Foz.

"Agradecemos todo o apoio que nos tem sido dado pelo Turismo do Centro, sem o qual nós faríamos o festival na mesma, mas com mais dificuldade e seguramente com menos resultados", declarou Marco Azevedo.

Já Pedro Machado, presidente do TCP, frisou que na questão "não há 'fulanizações'": "Nem o Pedro Machado ou o Marco [Azevedo] estão num papel de fazerem valer se é a sua vontade que conta. Nós estamos a falar de um grande projeto, que envolve uma comunidade, que envolve o município e a Turismo do Centro esteve e continuará a estar ao lado dos grandes projetos", sublinhou.