Depois de ceder a fãs, editores e promessas financeiras e editar um novo livro da série "Fundação", 30 anos depois de ter encerrado a trilogia, Isaac Asimov apareceu em 1981 com “Foundation’s Edge”, uma sequela. Cinco anos depois surgia “Fundação e Terra”, que continuava as aventuras do anterior.
Sem avançar muito da história, “Fundação e Terra”, que pode ser lido de forma completamente independente dos outros exemplares, encontra novamente Golan Trevize e Ianov Pelorat, personagens de “Limites da Fundação”.
O enredo parte da profunda insatisfação de Trevize com o planeta que escolheu para encaminhar os terráqueos durante os desenvolvimentos do livro anterior: Gaia é um local onde todos os seres vivos e, mesmo os inanimados, estão conectados. Não há guerras, catástrofes naturais nem desgraças, mas o comandante não se conforma por reduzir de forma ampla aquilo que considera a essência do ser humano: a sua individualidade.
Daí a jornada iniciada em “Fundação e Terra”: encontrar o planeta Terra que, há muitos milhares de anos, teria sido a fonte da colonização humana do espaço.
A Fundação foi uma das principais obras de Asimov, surgida, justamente, no período clássico da explosão da literatura de ficção científica - nos anos 40 e 50. Em essência, o escritor desenvolve um vasto núcleo de civilizações, baseadas no clássico da historiografia romana de Edward Gibbon, “Ascensão e Queda do Império Romano”, em histórias que se passam num futuro longínquo e agregam milhares de planetas onde a colonização humana foi bem-sucedida.
Quando às histórias que comporiam a "Fundação" saíram das icónicas revistas que enxameavam os quiosques para se transformarem na trilogia literária, o êxito não veio - afinal a pequena editora que os lançou não tinha fundos para “marketing”. Foi preciso esperar até os anos 60 para serem publicadas em melhores condições.
Paralelamente, no entanto, o escritor desenvolveu outras séries famosas, como Império Galáctico, que apresenta intersecções com a Fundação, e a dos Robôs. Esta gerou um dos seus livros mais famosos, “Eu, Robô”, sendo Asimov, aliás, o inventor da palavra “robótica” nas suas “Três Leis da Robótica”.
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