O projeto foi lançado em abril e tem o seu ponto alto no dia 27, com um concerto em pleno Rio Negro (Manaus), no coração da Amazónia, para sensibilizar o mundo para as alterações climáticas.

Num palco flutuante vão atuar o tenor Plácido Domingo e a Orquestra Sinfónica Brasileira e o espetáculo terá transmissão internacional, embora seja restrita a presença no local.

Segundo um comunicado hoje divulgado em Lisboa pretende-se com a iniciativa dar um impulso para chegar aos quatro milhões de árvores e alertar a população mundial par a importância do consumo consciente dos recursos naturais, convidando as pessoas “a serem agentes ativos no combate às alterações climáticas através da sua própria mudança de comportamento”.

No mesmo dia do concerto será lançada uma campanha com o mote “mais do que árvores, vamos plantar esperança”. Até agora já foram adquiridas 2.890.000 árvores mas a organização quer chegar aos quatro milhões.

“Com esta ação queremos chamar a atenção do mundo inteiro para um problema urgente e mostrar que é possível plantar, sobretudo, esperança”, disse o presidente e fundador do Rock in Rio, Roberto Medina, citado no comunicado.

O projeto Amazónia Live, que em Portugal tem o apoio da organização ambientalista Quercus, pretende restaurar áreas desflorestadas junto do rio Xingu (a região mais afetada), e assim apoiar as comunidades locais e combater a desflorestação e as alterações do clima.

Sendo a região da Amazónia (uma mancha florestal ao longo de nove países) estratégica para o equilíbrio climático do planeta a Rede Amazónica de Informação Socio-ambiental Georreferenciada alerta para a desflorestação de 4,7 por cento de 1500 a 1977, uma percentagem que subiu para 18 por cento nos últimos 36 anos.

Em cada ano são desflorestados 26 mil quilómetros da floresta amazónica. Só o Brasil perdeu 763 mil quilómetros até 2013, oito vezes a área de Portugal.

A Amazónia ocupa seis milhões de quilómetros quadrados (4,1 destes são no Brasil) e tem um terço de toda a madeira tropical do mundo. A organização do “Amazónia Live” lembra que estão na região cerca de 70 por cento das 200 mil milhões de toneladas de carbono contidas na vegetação tropical do mundo.

“Sem esta floresta, a capacidade de retirar CO2 (dióxido de carbono) atmosférico concentrar-se-ia unicamente no oceano, pondo assim em risco a vida de diversas espécies que acabariam por se extinguir devido ao aumento da temperatura da Terra”, alerta-se no documento.

O Rock in Rio (um festival musical que começou no Brasil em 1985 e que atualmente decorre em Portugal de dois em dois anos) lembra também que a desflorestação diminui a biodiversidade e contribui para o aquecimento global. Caso a temperatura global suba 2,5 gaus pode ir para o dobro a população mundial sem acesso a água potável, hoje estimada em um terço.

“Estima-se que cerca de 90% de todas as catástrofes naturais registadas na Europa, desde 1980, tenham sido causadas direta ou indiretamente pelas alterações climáticas”, diz-se no comunicado.

O “Amazonia Live”, que inicialmente queria chegar aos três milhões de árvores, é um projeto social até 2019. Na página da internet www.amazonialive.com é possível doar árvores.

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