“A exposição parte do título ‘Modus Operandi’, e que significa muitas vezes os hábitos de uma pessoa, e é uma homenagem de 30 artistas internacionais ao artista alemão Joseph Beuys (1921-1986)”, explicou o curador da exposição e também diretor do museu, Philippe Vergne, na visita guiada de hoje para a comunicação social, destacando a ideia de Beuys que a “arte está inserida na vida quotidiana”.

A exposição, que vai estar patente ao público entre 19 de outubro e 6 de março, apresenta obras realizadas por artistas como Julião Sarmento, Robert Mapplethorpe, Júlio Pomar, Lourdes Castro, Mário e Marisa Merz, Mauro Cerqueira, Ângelo de Sousa, Carlos Bunga, Graça Pereira Coutinho, entre outros, que agregam a ideia de que “a arte contemporânea é um modo de expressão que luta contra as convenções, seja política, estética, ambiental, e sempre experimental”, tal como defendia Beuys, acrescentou Philippe Vergne.

“O título da exposição provém da obra homónima do artista norte-americano Joseph Kosuth, pertencente à Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CECA) em depósito em Serralves, e que vai estar apresentada na exposição, que aponta para diferentes formas de fazer, de operar, nomeadamente de fazer e pensar arte”, lê-se no dossiê de imprensa entregue aos jornalistas.

O coração da exposição arranca numa sala clássica de quadros, que congrega 28 gravuras e um objeto, que constituem o portfólio “For Joseph Beuys”, mas à medida que se avança na exposição a pintura vai desaparecendo, dando lugar a outras disciplinas artísticas como música, performance, escultura e cinema.

A pintura vai desaparecendo da exposição, “não porque não gostemos da pintura, mas antes porque seguimos os artistas e eles abriram o campo de representação [da arte]. A arte passa a estar nas paredes, através do audiovisual, até chegar ao fim com o cinema e dois filmes icónicos que se empurram e onde, finalmente, o legado de Beuys vem ao de cima, porque a arte dele empurra as convenções”.

Quase todas as obras da exposição “Modus Operandi” estão de certa forma ligadas, por uma espécie de novelo de lã, e conectadas com a sala de Beuys e à “importância da sua forma de fazer arte, da sua crença de que a arte pode mudar o mundo e de que todos podem ser artistas”, concluiu Philippe Vergne, em declarações à Lusa.

Uma das obras destacadas por Philippe Vergne foi “Big Easy” (2014), de Julião Sarmento, que vai ser exibida pela primeira vez no museu.

O mote da obra é o estabelecimento de uma relação fictícia entre Edgar Degas e Marcel Duchamp, a partir do qual o artista reafirma temas frequentes na sua própria obra, ou seja, as fronteiras entre ficção e realidade, os mecanismos de representação e as citações.

Trabalhos de Carlos Bunga – “Build our Faces” e “Build our Traces” (2010), sobre registos de construções na areia feitas pelo artista, ou fotografias de Yto Barradas, são outras das obras que se podem vier na exposição

A exposição abre ao público na terça-feira e fica patente em Serralves até 6 de março de 2022.

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