A representação, em conjunto com a Oficina de Teatro de Serpa e com a comunidade local, teve a sua primeira apresentação em novembro, no encontro teatral “Cenas de Novembro”, e volta aos palcos este fim de semana sob a direção artística de Rui Ramos.

“Num futuro próximo, ou talvez já no presente, ‘Ruptura’ apresenta-nos um mundo distópico orquestrado ao sabor da hipocrisia, onde as redes sociais são o veículo para o sucesso. Seguimos os passos de uma rapariga na procura de uma vida de sonho, numa sociedade onde o sorriso e a opinião sobre o outro são a moeda de troca”, revela a sinopse da peça.

“Ruptura” é, no fundo, uma reflexão sobre “a ausência de empatia, os populismos, o artificialismo das relações humanas, o maniqueísmo de uma sociedade feita dos que sobem e dos que descem”.

“A fragilidade das relações entre as pessoas, carregadas de individualismo e fluidez afasta-nos desta ideia de comunidade tecida em conjunto a partir do compartilhamento e cuidado mútuo. Neste ‘Ruptura’, rompemos com a ‘rede’, que ao contrário da comunidade é feita e mantida viva por duas atividades diferentes. Uma é conectar e a outra é desconectar”, explica uma apresentação da peça a que a Lusa teve acesso.

O espetáculo seguirá, depois, para uma segunda fase, com a inclusão do movimento associativo do concelho de Serpa, além de outras pessoas e entidades da comunidade, estando a apresentação da versão final do projeto prevista para setembro”.

“Esta ‘Ruptura’ que agora se apresenta é apenas o início do caminho. Outros esperamos que se juntem a nós na segunda fase do projeto, que pretende voltar a juntar a comunidade de Serpa em torno de um objeto artístico que é também um manifesto comum de quem acredita que é possível viver uma comunidade onde se criam e mantêm laços e não conexões”, apela a apresentação do espetáculo.

Os bilhetes para os dois espetáculos, com início às 21h30 de sábado e domingo, têm um custo de quatro euros e podem ser reservados através do endereço de email da companhia, geral@baal17.pt.