Editado pela Cavalo de Ferro, chancela do grupo editorial 2020, este é um livro sobre a natureza do mal e o fascínio do homem pela crueldade, que reflete ao mesmo tempo sobre a redenção e a procura do amor.

Editado originalmente em 2015, este é “um romance assombroso, que tem por base um acontecimento histórico que marcou a autora: o duro cerco de Sarajevo pelas tropas servo-bósnias”, explica a editora.

O título da obra foi precisamente inspirado no projeto artístico que assinalou o 20.º aniversário sobre o início do cerco, "A linha vermelha de Sarajevo”: ao longo de 800 metros da rua principal de Sarajevo, foram colocadas 11.541 cadeiras, uma por cada vida perdida, 643 das quais mais pequenas, em memória das crianças mortas.

A história centra-se em Vlad Dragan, um enigmático estrangeiro oriundo dos Balcãs, que, numa noite fria de inverno, se refugia na aldeia de Cloonoila, na costa irlandesa.

Assumindo-se como poeta e curandeiro, capaz de tratar doenças e problemas sexuais, conquista de imediato a pequena comunidade e, em especial, Fidelma Mcbride, uma mulher apaixonada, que lhe implora pelo filho que não consegue ter com o marido.

Contudo, a verdadeira identidade de Vlad começa aos poucos a ser revelada, arrastando consigo consequências trágicas para o destino de Fidelma.

Nascida em 1930 na pequena aldeia irlandesa de Tuamgraney, Edna O’Brien mudou-se depois para Dublin e, seguidamente, para Londres, onde deu início à sua carreira de escritora.

Não obstante a censura de que os seus livros foram alvo, tendo, inclusivamente, chegado a ser proibidos, Edna O’Brien conseguiu alcançar a fama e o reconhecimento, conquistando vários prémios literários, entre os quais o Irish PEN Lifetime Achievement Award for Literature, o American National Arts Gold Medal, a Ulysses Medal e o PEN/Nabokov Award for Achievement in International Literature.