Em conferência de imprensa, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), Delfim Leão defendeu que a 23.ª edição da Semana Cultural da UC, de 01 a 15 de março, deverá responder à necessidade de “estimular na Humanidade o que ela tem de melhor”, que é a produção e a fruição cultural.

Na sua opinião, importa “despertar na Humanidade, tema da Semana Cultural, aquilo que ela tem de melhor e que se exprime como cultura”.

O vice-reitor da Universidade de Coimbra com o pelouro da Cultura e Ciência Aberta falava na apresentação do tema da 23.ª Semana Cultural da instituição, realizada na sala do conselho científico da FLUC, por razões de segurança face à pandemia da covid-19.

“Ainda que se mantenham na ordem do dia outros grandes temas de debate, a sua força tem sido obliterada pela sensação de que a Humanidade está, de forma síncrona e consciente, a viver um desafio que a todos afeta e que se instalou tenazmente, como preocupação comum, em dias frenéticos que se prolongam por longos meses, constituindo, assim, um teste supremo à própria essência da Humanidade”, segundo uma nota da reitoria da UC, cujo teor foi no essencial corroborado por aquele responsável.

Delfim Leão frisou, no entanto, que a Humanidade “tem de lidar também com o seu contrário, a sua expressão de desumanidade”, como acontece com “a experiência recente e avassaladora da pandemia”, que acaba por constituir “um daqueles momentos em que a realidade parece ser mais criativa do que a própria ficção”.

“A cultura é o que nos afasta desse estado de existência mais primitivo” e que ajuda as sociedades a irem “além da própria existência do dia-a-dia”, disse.

O vice-reitor da UC salientou que o programa deverá contribuir para a busca de “uma ligação à realidade dos dias, ao húmus da existência real”.

Na sessão, interveio também o diretor da Faculdade de Letras da UC, Rui Gama.

Criada pelo rei D. Dinis, em 1290, a Universidade de Coimbra celebra o 731.º aniversário no primeiro dia de março, coincidindo com a abertura da Semana Cultural.