"Sentimos um profundo compromisso com o povo irmão cubano, que se despede hoje de um dos maiores heróis latino-americanos do século XX e do século XXI (...). O festival Suena Caracas une-se ao luto que invade o continente, suspendendo as suas atividades", afirmou um comunicado.

O texto foi divulgado no Twitter por Jorge Rodríguez, o presidente da câmara de Caracas, instituição organizadora do festival.

"Todas as homenagens ao maior americano [do continente americano] do século XX", apontou Rodríguez.

Com um orçamento de dois milhões e a presença de cerca de 100 artistas nacionais e estrangeiros, o Suena Caracas começou na sexta-feira e deveria terminar no próximo sábado.

O elevado investimento gerou fortes críticas de dirigentes opositores, no meio da crise económica da Venezuela, agravada desde 2014 pela queda dos preços do petróleo.

Os venezuelanos sofrem uma escassez aguda de alimentos e remédios, além de uma inflação que fechará o ano em 475%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), e de falta de segurança.

Após a paralisação do festival, a câmara de Caracas explicou que está "a reprogramar com os artistas a edição de 2016".

"Mas nunca o suspenderiam pelos milhares de venezuelanos que passam fome, que não têm remédios e que morrem pela violência", disse no Twitter o ex-candidato presidencial da oposição Henrique Capriles.