A presidente da Associação de Jornalistas Parlamentares desde 1993, Anabela Neves, vai sair da SIC na sequência de um processo de rescisão "amigável" com o grupo Impresa, abandonando também a Assembleia da República a partir de sexta-feira. A jornalista estava na SIC desde 1992, há 27 anos.
Esta quarta-feira, dia 27 de novembro, durante a emissão da SIC Notícias, Teresa Dimas e Miguel Ribeiro despediram-se da colega, no final do debate quinzenal desta semana. "Sei que não gostas destas coisas, mas queríamos os dois marcar este momento. É uma vida de 27 anos na SIC, somos membros fundadores da SIC. Desde o momento zero, juntas", frisou Teresa Dimas.
"Entrei depois, mas fui-me apercebendo sempre da forma como tu motivaste a redação para reflexões éticas, para ajudar os jornalistas mais novos. (...) Tu quase que ajudaste a criar o conceito de jornalista parlamentar", acrescentou o jornalista da SIC.
No final do direto, os colegas dos vários órgãos de comunicação social levantaram-se para aplaudir Anabela Neves, que assumiu que vai "partir para novas aventuras".
"É de facto emocionante este final", sublinhou Miguel Ribeiro. "Vou-me embora, já não consigo", disse Teresa Dimas, abandonando o estúdio.
No final do debate quinzenal, a jornalista recebeu também na bancada de imprensa a visita do primeiro-ministro, António Costa.
Nas últimas décadas, Anabela Neves esteve diretamente envolvida nos processos de revisão do regulamento de circulação da Assembleia da República, onde os jornalistas, ao contrário de muitos países, continuam a ter acesso ao andar nobre e a estarem presentes na sala de sessões.
Também enquanto presidente da Associação de Jornalistas Parlamentares, a jornalista da SIC negociou desde 1993, com os sucessivos presidentes e secretários-gerais da Assembleia da República, medidas para o aumento dos direitos dos jornalistas parlamentares, designadamente o acesso a serviços da Assembleia da República e melhoria das condições de trabalho.
Anabela Neves, que afirmou à agência Lusa sair "para abraçar novos projetos", foi responsável pela criação do Parlamento Global, em 2008, um projeto para aproximar a Assembleia da República da sociedade.
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